O Comando Territorial da Guarda Nacional Republicana (GNR) de Setúbal vai passar a utilizar, em dezembro, uma aplicação digital desenvolvida entre a Universidade de Évora (UÉ) e esta força de segurança para ajudar a reduzir a sinistralidade rodoviária.
A iniciativa surge no âmbito do projeto Modelação e Predição de Acidentes de Viação no Distrito de Setúbal (MOPREVIS), financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), que resultou de uma parceria entre a UÉ e a GNR de Setúbal, entidades que desenvolveram uma aplicação digital “de apoio à tomada de decisão, que permite a visualização do passado, presente e futuro, refere um comunicado da academia alentejana, enviado à Renascença.
Esta aplicação inclui trabalho realizado por antecipação combinando “resultados da aplicação de modelos estatísticos, análise espacial e modelos de Inteligência Artificial, permitindo “observar o futuro”, indica a mesma nota.
Assim, foram identificadas algumas vias de maior risco de ocorrência de acidentes, cada via está segmentada em troços de 500 metros, sendo que essa predição é obtida por troço, para um dia, e para um período temporal de “h horas, ou seja, entre 1 e 24”.
A UÉ explica que “os resultados são apresentados num mapa com informação por troço, onde também é possível consultar o histórico associado aos acidentes que ocorreram nesse troço”, sendo que a “predição tem uma sensibilidade, probabilidade de predizer corretamente a ocorrência de um acidente, que varia entre os 71% e os 82%, conforme a via”.
Por outro lado, esta aplicação possui, igualmente, “a possibilidade de visualizar e analisar os dados dos acidentes ocorridos na zona de ação do Comando Territorial de Setúbal da GNR”, além de dispor de “um atlas criado com base num novo indicador de gravidade concebido pela equipa do projeto e com base na identificação de clusters de acidentes com vítimas”.
Esta era, de resto, uma aspiração do projeto MOPREVIS, cuja informação vai permitir à GNR um apoio científico à tomada de decisão e um contributo relevante para rentabilizar melhor os seus recursos humanos e materiais, no que diz respeito à prevenção da sinistralidade rodoviária grave.
Setúbal é o distrito de Portugal que regista maior sinistralidade grave.