O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinalou esta sexta-feira o "doloroso" primeiro aniversário da detenção "injusta", na Rússia, do jornalista Evan Gershkovich, colaborador do Wall Street Journal, e prometeu continuar a trabalhar com vista à sua libertação.
Gershkovich foi detido em 29 de março de 2023 na cidade de Yekaterinburg e, posteriormente, acusado de recolher informações secretas sobre as atividades do Grupo Wagner, envolvido na ofensiva militar na Ucrânia, devendo permanecer em prisão preventiva até, pelo menos, 30 de junho.
A detenção do jornalista - o primeiro profissional da comunicação social americano a ser detido em solo russo desde o fim da Guerra Fria - ocorreu dias depois de o jornal norte-americano ter publicado um artigo da sua autoria sob o título "A economia russa está a começar a desmoronar-se".
"O jornalismo não é um crime", disse Biden, acrescentando que Evan Gershkovich "foi à Rússia para fazer o seu trabalho como repórter, arriscando a sua segurança para esclarecer a verdade sobre a agressão brutal da Rússia contra a Ucrânia".
"Como disse aos pais de Evan, também eu não vou perder a esperança. Continuaremos a trabalhar todos os dias para garantir a sua libertação. Continuaremos a denunciar (...) as tentativas flagrantes da Rússia de usar os americanos como moeda de troca. E continuaremos a manter-nos firmes contra todos aqueles que procuram atacar a imprensa ou atacar os jornalistas, os pilares de uma sociedade livre", acrescentou o presidente norte-americano.
Biden dirigiu-se, ainda, "a todos os americanos mantidos como reféns ou injustamente detidos no estrangeiro: estamos convosco e nunca deixaremos de trabalhar para vos trazer para casa".
O Presidente russo, Vladimir Putin, admitiu em fevereiro, numa entrevista ao jornalista norte-americano Tucker Carlson, a possibilidade de libertar Gershkovich, desde que observasse "passos recíprocos" por parte das autoridades norte-americanas.
Washington e Moscovo já acordaram várias trocas de prisioneiros no passado.
Putin sugeriu um nome a ser trocado por Gershkovich, o do alegado operacional russo Vadim Krasikov, atualmente preso na Alemanha por ter matado a tiro, num parque de Berlim, em 2019, o checheno-georgiano Zelimjan Jangoshvilie, acusado de matar militares russos durante a segunda guerra da Chechénia, no final da década de 1990.