O ministro da Saúde disse, esta sexta-feira, que qualquer possível acerto a medidas relacionadas com a Covid-19 será sempre feito “em absoluta coerência” com o praticado na União Europeia e mostrou-se tranquilo quanto à evolução pandémica na China.
“Nessa matéria temos sempre absoluta coerência. Entendemos que esta é uma operação que só faz sentido no contexto da União Europeia e não faz sentido nenhum uma decisão país a país”, disse Manuel Pizarro.
Questionado pela agência Lusa, em Matosinhos (distrito do Porto) e à margem de uma visita a um centro de saúde local, sobre se Portugal tenciona seguir os passos de outros países quanto ao pedido de testes a viajantes oriundos da China, Manuel Pizarro defendeu a consensualização de medidas.
“Avaliaremos em concertação com o conjunto de países da UE”, referiu.
O ministro da Saúde lembrou que está em vigor um conjunto de medidas com data-limite de 28 de fevereiro e que os resultados que tem recolhido o deixam “muito tranquilo”.
“Faltam 10 dias e estamos em contacto com as instituições da UE e avaliaremos no devido tempo se mantemos ou não as medidas. Os resultados que temos obtido deixam-nos muito tranquilos. Não parece haver nada na evolução pandémica na China que justifique uma especial preocupação nos nossos países, nomeadamente na UE, referiu.
Esta sexta-feira, foi anunciado que a França deixou de exigir aos viajantes vindos da China um teste à covid-19, de resultado negativo, realizado menos de 48 horas antes da chegada ao país, medida implementada no início de janeiro.
Na quarta-feira foi tornado público que o índice de transmissibilidade (Rt) do coronavírus SARS-CoV-2 aumentou para 1,12 a nível nacional, indicador que está também acima do limiar de 1,00 em todas as regiões do país, indicou hoje o Instituto Ricardo Jorge (INSA).
Esta manhã Manuel Pizarro também foi questionado sobre a divisão da ADSE entre duas tutelas, Finanças e Presidência.
“Esta semana participei numa conferência do Conselho Estratégico da Saúde da CIP e o que eu vi foi uma reação muito favorável dos operadores sobre a atualização das tabelas da ADSE. É preciso dar tempo ao tempo para que as coisas se comprovem no terreno”, respondeu.
Quanto à alteração ao regime de pagamento do trabalho suplementar realizado por médicos nas urgências, criado para estabilizar as equipas nesses serviços e que funcionará até julho, conforme divulgado na quinta-feira em comunicado do Conselho de Ministros, Manuel Pizarro não adiantou valores.
“São alguns acertos que nos foram introduzidos pela experiência, é o prolongamento até julho do diploma que estava em vigor. Há pequenos acertos, mas são pequenos acertos. No essencial estamos a tratar das mesmas condições que vigoraram até agora até ao final das negociações com os sindicatos”, disse o ministro.
Ainda à margem da visita em Matosinhos, Manuel Pizarro não quis comentar a afluência às eleições da Ordem dos Médicos (OM), das quais saiu eleito o patologista clínico de Coimbra, Carlos Cortes, mas contou que já falou como “colega e amigo”.
“Telefonei-lhe para o cumprimentar pela eleição para um cargo que é muito importante para a representação de uma das mais relevantes classes profissionais da área da saúde. O bastonário da OM é um parceiro do Governo na resolução dos problemas da saúde e no desenvolvimento e qualificação do SNS”, disse Manuel Pizarro.