O grupo que desembarcou numa praia em Vila Real de Santo António, no Algarve, pode ter 16 pessoas, embora apenas três tenham sido intercetadas e já detidas pelas autoridades.
Em declarações à Renascença, o subintendente Hugo Marado, da PSP, avançou que há indícios de que “se trata de um grupo maior”, havendo a hipótese de serem 16 pessoas, alegadamente provenientes de Marrocos, o que “não significa que tenham chegado na mesma embarcação”.
Segundo Hugo Marado, foram os três detidos que informaram que o grupo era composto por 16 elementos, o que levou as autoridades policiais a elevarem o estado de alerta, sobretudo na zona do Sotavento (leste) algarvio.
“Dentro do nosso patrulhamento temos o dispositivo especialmente atento, mas não temos noção dos locais onde se possam encontrar”, reconheceu, acrescentando que o caso foi comunicado ao Centro de Cooperação Policial e Aduaneira de Castro Marim.
As autoridades detiveram na segunda-feira em Vila Real de Santo António, no distrito de Faro, três pessoas que alegadamente desembarcaram de forma ilegal numa praia do concelho, depois de a Polícia Marítima local ter detetado uma embarcação abandonada na praia de Santo António.
A pequena embarcação, detetada logo ao início da manhã, continha jerricãs para combustível e indícios de comida, o que levou a Polícia Marítima a comunicar a situação à GNR, à PSP e ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
Segundo Hugo Marado, a meio da manhã, uma patrulha da PSP de Vila Real de Santo António avistou três homens na cidade "com ar de fadiga e desorientação e a roupa ainda molhada”, sendo que apenas um deles tinha documentos, mas não autorização para entrar em Portugal. Os três foram depois detidos por entrada e permanência ilegal em território nacional.
“Acreditamos que tivessem vindo numa embarcação maior e tenham sido depois colocados numa embarcação mais pequena. Não nos parece que uma embarcação daquelas seja capaz de fazer todo o trajeto”, referiu aquele responsável.
Os três detidos vão ser presentes ao tribunal de Vila Real de Santo António, às 15:00.
Caso se confirme tratar-se de imigração ilegal proveniente do Norte de África, este foi o sétimo desembarque na costa algarvia desde o final de 2019.
O último tinha-se dado em 15 de setembro de 2020, quando as autoridades intercetaram o grupo de migrantes que desembarcou ilegalmente na ilha Deserta, em Faro, e se colocou em fuga de seguida.
Entre dezembro de 2019 e dezembro de 2020 desembarcaram no Algarve 97 migrantes, em seis embarcações, todos eles indocumentados e alegadamente provenientes do mesmo ponto, a cidade de El Jadida, em Marrocos, situada na costa atlântica do país, a 700 quilómetros do Algarve.
Parte destes migrantes tentaram pedir asilo, mas foi-lhes negado, alguns estão em parte incerta e a maioria recebeu ordem de expulsão do país, aguardando a concretização da decisão judicial em prisões e outros locais, onde se encontram à guarda das autoridades.