O recorde do mundo dos 5.000 metros masculinos e o europeu dos 1.500 metros foram os pontos mais fortes do “meeting” de atletismo do Mónaco, no regresso da Liga Diamante ao estádio Luís II.
O ugandês Joshua Cheptegei é o novo recordista da légua, com 12.35,36 minutos, colocando ponto final a um longo “reinado” do etíope Kenenisa Bekele, que tinha 12.37,35 desde 31 de maio de 2004, em Paris.
Cheptegei, de 23 anos, já não é de forma nenhuma uma “surpresa” na modalidade, já que se sagrou campeão do mundo de 10.000 metros em Doha2019 e em estrada detém os recordes dos cinco e dos 10 quilómetros.
Quem também prolonga a excelente época de 2019 é o norueguês Jakob Ingerbritsen, de apenas 19 anos, que aproveitou bem o andamento de uma corrida vencida pelo queniano Timothy Cheruiyot, o atual campeão mundial.
Cheruyot fez 3.28,45 minutos e bateu ao “sprint” o jovem prodígio norueguês, creditado em 3.28,68, superando o anterior recorde, de 3.28,81, que estava na posse do britânico Mo Farah.
Apesar da idade, o norueguês tem já um palmarés impressionante a nível absoluto, com dois títulos nos Europeus de Berlim 2018, em 5.000 e 1.500 metros, e várias outras medalhas, tanto em pista como em corta-mato.
Nos 1.500 metros, passa a ser o oitavo mundial de sempre.
Destaque ainda no Mónaco para o norte-americano Noah Lyles. O campeão do mundo de 200 metros rendeu homenagem aos movimentos de defesa dos direitos dos negros, ao levantar o punho direito, com luva negra e baixar a cabeça, aquando da apresentação dos atletas.
Nyles, que replicou assim o gesto de Tommie Smith e John Carlos no icónico pódio dos 200 metros de México 68, pretendeu associar-se ao movimento “Black Lives Matter”. Viria a ser destacado vencedor da corrida, em 19,76 segundos, a melhor marca mundial do ano.
A única portuguesa presente no Mónaco, Patrícia Mamona foi terceira no triplo salto, apenas batida pela venezuelana Yulimar Rojas, campeã mundial e grande favorita, e pela búlgara Gabriela Petrova, líder europeia da época.