“Fortes limitações” levam ​Pingo Doce a pedir desconto nas rendas das lojas aos senhorios
09-04-2020 - 16:00
 • Sandra Afonso

Segundo a Jerónimo Martins, dona da rede de retalho, os proprietários dos imóveis comerciais foram contactados no sentido de os sensibilizar para as actuais “fortes limitações à utilização dos espaços”, nomeadamente, a obrigatoriedade de encerrar áreas importantes de restauração e cafetaria.

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O grupo Jerónimo Martins, que detém os supermercados Pingo Doce, pede aos senhorios desconto nas rendas das lojas.

A Jerónimo Martins, detentora da rede de retalho, confirma à Renascença que contactou os proprietários dos imóveis comerciais que tem arrendados no sentido de os sensibilizar para as actuais “fortes limitações à utilização dos espaços”. Nomeadamente, a obrigatoriedade de encerrar áreas importantes de restauração e cafetaria.

Segundo avançou à Renascença fonte do grupo, foi pedido aos senhorios que “considerassem a possibilidade de, em conjunto, se analisar a viabilidade de uma revisão em baixa do valor da renda a aplicar, enquanto durassem as restrições à circulação das pessoas na rua e nos estabelecimentos".

A mesma fonte acrescenta ainda que “o perfil dos arrendatários é muito diverso e inclui vários fundos de investimento imobiliário nacionais e internacionais.”

O grupo desmente ainda os dados que têm saído sobre o consumo, sobre picos de despesa em supermercado. Referem que a distribuição alimentar está a funcionar “com muitas restrições e condicionantes e custos muito acrescidos para garantir a segurança dos colaboradores e dos clientes”. Além disso, a “perceção de que existe bastante procura não corresponde à realidade, deverá estar a ser gerada por filas ocasionais que se formam no exterior de algumas lojas”.

Garantem ainda que, no caso do Pingo Doce, “há várias semanas consecutivas que se regista uma redução importante da sua actividade, nomeadamente no número de visitas às lojas.”

Prémios para funcionários

Há dias, a empresa anunciou a distribuição de prémios anuais extraordinários aos colaboradores, no valor de 500 euro a cada um.

Este valor corresponde a um aumento de 5% no bónus anual, distribuído em Portugal a 71.500 colaboradores. A empresa tem ainda trabalhadores na Polónia e Colômbia. No total, serão distribuídos 37,5 milhões aos colaboradores e 216,5 milhões aos acionistas.

Esta decisão foi justificada com os bons resultados de 2019, ano em que os lucros aumentaram 7,9%, para 438 milhões de euros.