Antes da resposta, a dúvida que foi lançada, na Renascença, por Manuel Portugal. O líder da bancada socialista na Assembleia Municipal de Lisboa alerta que só uma parte do altar-palco está no Parque Tejo, e quer saber onde está o resto: "O altar-palco não serve para futuras utilizações, porque desapareceu. Ele não está lá [no recinto onde se realizou a JMJ]. A nossa primeira grande pergunta é: 'Onde estão os quatro milhões que foram utilizados para a construção do altar-palco, que seria uma infraestrutura para a cidade de Lisboa?' A cobertura está, o palco em si não. E são quatro milhões de euros do erário público cujo empréstimo foi garantido com voto do PS."
Para desfazer este mistério, a Renascença contactou o vice-presidente da autarquia. Colocámos a Filipe Anacoreta Correia uma pergunta que vale milhões: afinal onde está o altar-palco da JMJ, no Parque-Tejo?
“(Risos) Olhe, o que se pode verificar é que o Partido Socialista, nos últimos dias, anda com pouco palco. E, de maneira que, quando está com pouco palco, volta com o papão da Jornada Mundial da Juventude para tentar esconder o seu embaraço", responde o dirigente do CDS. "Em primeiro lugar, o investimento não são nada os quatro milhões e tal, que o PS diz. [O investimento] foi aquele que foi divulgado, na altura: São dois milhões e 980 mil euros”.
Sim, mas afinal onde está o palco? É esta a explicação de Filipe Anacoreta Correia: “O palco está onde sempre esteve e onde sempre se disse que está. Ou seja, a estrutura de madeira que nós víamos quando estivemos na Jornada Mundial da Juventude, todo esse material foi retirado e está depositado na câmara, a câmara tem-no guardado."
Mas há mais, explica o centrista. "E depois há uma realidade de andaimes e de estrutura de cada palco, que é sempre montado e desmontado para diferentes eventos. Essa estrutura mais de andaimes, essa não foi comprada, foi alugada. E será alugada outra vez para cada evento que haja, como acontece com todos os espetáculos que a câmara organiza na cidade de Lisboa. Por exemplo, nos Santos Populares ou na passagem de ano são sempre estruturas que a câmara aluga, coloca com determinado espetáculo e depois entrega aos fornecedores.”
Será esta a chave do mistério: Manuel Portugal garante que apenas encontrou a cobertura do palco, no recinto da JMJ, mas há mais para ver no Parque-Tejo, explica Filipe Anacoreta Correia: “Vê-se cobertura e a base. O que lá está é, no fundo, a cobertura e toda a infraestrutura que pode não se ver. Está lá, e permite que facilmente, com andaimes, ali se possa criar um novo palco... porque já está todo infraestruturado e foi esse o investimento que a câmara fez, e que ficou para a cidade”.
Ou seja, além da cobertura, permanecem no Parque-Tejo as cablagens, e não só, explica à Renascença, o vice-presidente da câmara: “Toda a infraestrutura de fornecimento de água para as casas de banho, de eletricidade, de tudo aquilo que é necessário para montar um palco naquele sítio sem grande custo, para além da construção propriamente dita dos andaimes e de uma estrutura adaptada a cada a cada espetáculo.”