As autoridades querem alargar o âmbito do uso indevido de subvenções do Parlamento pelo PSD, no tempo da direção de Rui Rio, aos assessores dos outros partidos com assento na Assembleia da República.
De acordo com o Expresso, o objetivo será tentar perceber se trabalham para os respetivos grupos parlamentares ou se, pelo contrário, não têm qualquer tipo de atividade na Assembleia, mas apenas atividade partidária, apesar de serem, na mesma, pagos com dinheiro do Parlamento.
O jornal escreve, com base em fontes, que a denúncia feita por dirigentes do PSD não identificados - que foi considerada “muito credível” e motivou as buscas realizadas na semana passada - deu a pista aos procuradores sobre a possibilidade de existirem situações semelhantes noutros grupos parlamentares.
As buscas policiais na sede do PSD e na residência do ex-líder social-democrata Rui Rio geraram indignação no seio do partido, mas também em dirigentes partidários, ministros, e no presidente da Assembleia da República. Uns e outros acusaram o Ministério Público de intromissão no poder político e de “desproporcionalidade” de meios.
Segundo o Expresso, as autoridades estão “indignadas” com aquilo a que chamam de “narrativa falsa”, refutando as críticas na totalidade e argumentando que o MP é obrigado por lei a instaurar um inquérito sempre que há uma denúncia.
Nas buscas policiais na sede do PSD e na residência do ex-líder social-democrata, no dia 12 de junho, a Polícia Judiciária mobilizou cerca de uma centena de inspetores para um conjunto de 20 buscas.
O inquérito foi dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) Regional de Lisboa, por suspeitas dos crimes de peculato e de abuso de poder.