O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, subiu ao púlpito para fazer o seu primeiro discurso do 5 de outubro, atrás estiveram Augusto Santos Silva, Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa e Maria do Rosário Farmhouse (presidente da Assembleia Municipal de Lisboa).
Na sessão solene das cerimónias do 5 de Outubro, que decorrem nos Paços do Concelho de Lisboa, por baixo da varanda a partir de onde foi proclamada a Primeira República, Carlos Moedas comparou a “vontade de mudança” que foi necessária para derrubar a monarquia, à coragem que é preciso ter nos dias de hoje para o país não se entregar à “resignação”.
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa alertou que “perante os perigos deste mundo no qual a guerra voltou à Europa e no qual a espiral inflacionista afeta principalmente os mais vulneráveis, a vontade de mudança que a nação, em momentos igualmente críticos, demonstrou no passado, é uma inspiração para todos nós, para não nos entregarmos à resignação, à inação e ao desânimo".
Numa mensagem que pode ser interpretada como uma crítica aos anos de governação socialista, Carlos Moedas recordou ainda a audácia dos republicanos que há 112 implantaram este regime em Portugal para defender um país que liberte os portugueses do "jugo fiscal que se torna insuportável".
"Não nos podemos resignar perante alguma estagnação económica", disse, acrescentando que "queremos cada vez mais um país preparado para um mundo cada vez mais competitivo; um país que liberte os portugueses do jugo fiscal que se torna insuportável para as suas vidas".
Carlos Moedas salientou que ainda que “o futuro exige a capacidade de tomar decisões todos os dias, de fazer a diferença”, e a importância a ação "assumida pelos municípios”.
"Foi, aliás, também esta a tradição municipalista que inspirou tantas figuras, republicanos e não republicanos, durante os momentos de angústia institucional, social e moral dos finais do século XIX no princípio do século XX", acrescentou.Carlos Moedas relembrou ainda que é necessário audácia "para fazer política para as pessoas, com as pessoas, ouvindo as pessoas. E para não fazer uma política de impor às pessoas aquilo que os políticos acham que deve ser a sua vida".
"Precisamos dessa audácia para superar a estagnação, para defender a liberdade, para proteger a democracia todos os dias", declarou.
[em atualização]