Fumo dos incêndios da Amazónia cobre metade da Argentina e do Uruguai
28-08-2019 - 22:29

"O fumo é uma combinação dos incêndios no Brasil, mas também dos incêndios na Bolívia, no Paraguai e no norte da Argentina”, destacou a porta-voz do Serviço Meteorológico argentino.

O fumo dos incêndios na Amazónia cobre hoje metade da Argentina, de norte ao centro do país e inclusive o Rio da Prata, atingindo a capital, Buenos Aires, assim como Montevidéu, no Uruguai.

As partículas vindas da Amazónia formam uma densa camada de fumo sobre a cidade de Buenos Aires numa combinação de sol com céu nublado sem, no entanto, afetar a visibilidade. O fumo chegou à capital argentina empurrada pelo vento de norte, pouco comum nesta época invernal do ano. O Serviço Meteorológico argentino informou que a nuvem de fumo proveniente dos grandes incêndios na Amazónia fez com que o dia de hoje estivesse “na maior parte nublado com fumo”.

Na margem oposta do Rio da Prata, o Uruguai permanece coberto pelo fumo, atingindo a visibilidade na capital, Montevidéu. Nos bairros próximos do litoral, como Barrio Sur, Punta Carretas, Trouville, Pocitos, Buceo e Malvín, a nuvem forma uma densa cortina que impede a visão a poucos metros de distância. A mínima visibilidade chegou a provocar problemas no tráfego aéreo do aeroporto de Carrasco. Segundo o Instituto Uruguaio de Meteorologia, trata-se de “uma névoa intensa combinada com o fumo amazónico”.

Na Argentina, através de fotografias obtidas por satélite, é possível ver metade do país coberto pelo fumo dos fogos na Amazónia, que começou a entrar no país na última sexta-feira. "O fumo [neste país] é uma combinação dos incêndios no Brasil, mas também dos incêndios na Bolívia, no Paraguai e no norte da Argentina”, destacou Cindy Fernández, porta-voz do Serviço Meteorológico argentino.

A província argentina de Tucumán foi a mais atingida pela falta de visibilidade. Já em Mendoza, no oeste, fronteira com o Chile, o fumo manteve-se a 1.500 metros de altura sem afetar a visibilidade. O Serviço Meteorológico prevê uma mudança a partir de quinta-feira, quando se prevê a chegada de chuvas, vindas do sul do país.

O número de incêndios no Brasil aumentou 83% este ano, em comparação com o período homólogo de 2018, com 72.953 focos registados até 19 de agosto, sendo a Amazónia a região mais afetada.

A Amazónia é a maior floresta tropical do mundo e possui a maior biodiversidade registada numa área do planeta. Tem cerca de 5,5 milhões de quilómetros quadrados e inclui territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (pertencente à França).