O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, disse esta quarta-feira que pediu pessoalmente à administração norte-americana para parar de perseguir o cofundador da WikiLeaks Julian Assange, que tem nacionalidade australiana.
Albanese diz que levantou a questão diplomaticamente sensível "em encontros recentes" com representantes dos EUA e prometeu continuar a exercer pressões para que o processo judicial que pede a extradição do delator da WikiLeaks seja abandonado.
Assange continua na prisão de Belmarsh, em Londres, a partir de onde está a tentar combater a ordem de extradição dos EUA, onde enfrenta acusações de espionagem por ter divulgado centenas de milhares de documentos diplomáticos secretos sobre as guerras do Afeganistão e do Iraque.
A revelação de Albanese foi feita durante uma sessão parlamentar, em resposta a uma questão de uma deputada independente que ressaltou o quão "essencial para a democracia" é o jornalismo de interesse público e que a liberdade de Assange "só virá através de intervenção política".
"Vai o Governo intervir para trazer o sr. Assange para casa?", questionou Monique Ryan.
Na resposta, o primeiro-ministro australiano declarou que "o Governo vai continuar a agir por via diplomática" e adiantou: "Posso assegurar que levantei esta questão pessoalmente com representantes do Governo dos EUA. A minha posição é clara e foi declarada à administração dos EUA - a de que este é o momento para encerrar este assunto."
O ativista, de 51 anos, permanece na prisão de segurança máxima de Belmarsh, em Londres, enquanto é decidido o seu recurso contra a sua extradição para o território norte-americano.
Nos Estados Unidos, o fundador da WikiLeaks, arrisca uma sentença de 175 anos de prisão.