A Suíça está a preparar medidas de emergência para acelerar a aquisição do Credit Suisse pela UBS, avançou este sábado o Financial Times.
Segundo a legislação do país, seriam necessárias seis semanas para que acionistas apreciassem a aquisição que junta as duas maiores instituições financeiras suíças. As medidas suíças deverão, assim, fazer saltar o período de consulta do negócio, que é visto como a única opção para evitar o colapso do Credit Suisse.
A UBS procura ainda 6 mil milhões de dólares em garantias para completar o negócio, indicou fonte envolvida à Reuters, que cobrem os custos de liquidação de partes do Credit Suisse e possíveis cobranças de litígio.
As direções dos dois bancos estão reunidas este fim de semana, nas negociações que estão a ser promovidas pelo banco central, o Banco Nacional Suíço, e a autoridade reguladora dos mercados mobiliários da Suíça, Finma. Segundo a Reuters, cerca de 10 mil postos de trabalho poderão ser cortados com a fusão dos dois bancos.
A intervenção aconteceu dias depois de o banco central ter sido forçado a ceder uma linha de crédito de emergência de 50 mil milhões de francos suíços (50,7 mil milhões de euros) ao Credit Suisse, de forma a “fortalecer” as contas da instituição. Ao mesmo tempo, o segundo maior banco suíço anunciou uma série de operações de recompra de dívida no valor de cerca de 3 mil milhões de francos suíços (3,04 mil milhões de euros).
A ajuda surgiu um dia depois de o Credit Suisse ter enfrentado o seu dia mais negro na bolsa, perdendo um quarto do seu valor, com as suas ações a caírem para um nível historicamente baixo, abaixo de 2 francos suíços (2,03 euros).
O período de turbulência no setor bancário começou dias antes, quando o Silicon Valley Bank (SVB) colapsou nos Estados Unidos, levando à queda em bolsa na quarta-feira do Credit Suisse.