O presidente da ANTROP, Cabaço Martins, considera positiva a introdução do passe gratuito para todos os jovens até aos 23 anos, mas denuncia a demora do Estado em ressarcir as empresas de transportes.
O responsável adianta em declarações à Renascença que “tudo isto tem um impacto financeiro nas empresas, pois o governo quando institui este tipo de tarifário não cuida de compensar devidamente os operadores desse desconto, e, portanto, nós somos frequentemente ressarcidos largos meses depois”.
“Basta dar o exemplo deste ano em que estamos a suportar os custos dos descontos que existem desde janeiro e até agora sem qualquer tipo de pagamento por parte do Estado simplesmente porque ainda não foi aprovada uma resolução do conselho de ministros”, acrescenta.
Mas, Cabaço Martins não se fica por aqui, quanto aos exemplos de incumprimento do Estado e revela que os transportadores ainda não foram compensados da entrada em vigor em novembro de 2021 do passe dos antigos combatentes.
O presidente da ANTROP diz que “estamos a falar de largas centenas de milhares de euros”, pelo que deixa um apelo direto ao primeiro-ministro para que “o governo quando vier a implementar esta medida, aproveite também para reorganizar os seus processos internos para que se possa cumprir a lei e se moralize o sistema para que não haja este atraso totalmente injustificado”.
O presidente da ANTROP considera que este tipo de iniciativa acaba por ter efeitos positivos ao nível da utilização do transporte público, mas Cabaço Martins afirma que "Portugal ainda tem um défice de procura de utilização do transporte público":