Mais de 30 mil querem Força Aérea a combater incêndios
30-08-2016 - 18:19

Petição chegou ao Parlamento.Cidadão promotor da iniciativa diz que, se a Força Aérea não tem meios para ajudar na luta contra os fogos, a responsabilidade é de "quem nos tem governado nos últimos 40 anos”.

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Uma petição com mais de 32 mil assinaturas, a pedir que a Força Aérea volte a combater os fogos florestais, foi entregue esta terça-feira na Assembleia da República.

O promotor da petição, Jorge Pereira, demorou quatro anos a conseguir as assinaturas. “É a voz da democracia a falar”, afirma à Renascença.

O cidadão espera mudar consciências entre a classe política. “Se Portugal não tem [meios da Força Aérea a combater fogos], a culpa não é na Força Aérea, mas de quem nos tem governado nos últimos 40 anos”, atira.

Noutros países, argumenta Jorge Pereira, a Força Aérea combate os incêndios florestais com meios aéreos específicos.

“Recordo que as forças aéreas de Espanha, Marrocos, Grécia e Croácia há décadas que estão equipadas com os famosos Canadair”, diz o desempregado, residente em Odivelas.

O promotor da petição realça ainda que é importante resolver problemas como “a falta de limpezas das matas e do ordenamento do território”.

A vaga de incêndios de Agosto colocou em debate no espaço público o eventual regresso da Força Aérea Portuguesa (FAP) à missão de combate aos fogos com meios aéreos.

Em entrevista ao “Jornal de Notícias, o ministro da Defesa, Azeredo Lopes, disse que é “inevitável” que a Força Aérea “venha a ser dotada” da capacidade de combater incêndios.

Azeredo Lopes reconhece que a FAP não dispõe actualmente de meios aéreos para combate a incêndios, situação que pode ser alterada aproveitando, por exemplo, a necessidade de substituir os helicópteros Alouette III.

Houve tempos em que eram utilizados aviões militares, mas foi prática que desapareceu no final dos anos 1990 por decisão política.

Actualmente, a Força Aérea não tem condições para participar no combate directo às chamas, mesmo que fosse essa a vontade do Governo.