O exército israelita realizou ataques contra o Líbano nesta sexta-feira, em resposta ao lançamento de ‘rockets’ (foguetes) do país vizinho, reivindicado pelo movimento xiita libanês Hezbollah, dois dias depois de trocas de tiros semelhantes.
Na quarta-feira, três ‘rockets’ foram disparados do Líbano sobre Israel: dois caíram em território israelita e o terceiro não atravessou a fronteira, segundo o exército do Estado hebreu. Este respondeu inicialmente com tiros de artilharia e depois com ataques aéreos no sul do Líbano, os primeiros há muitos anos.
Os disparos de quarta-feira não foram reivindicados.
Nesta sexta-feira, o exército israelita voltou a atacar o Líbano, após “mais de 10 ‘rockets’ terem sido disparados” desse país para Israel, segundo um comunicado militar, que não dá conta de vítimas.
“A maioria dos ‘rockets’ foi intercetada pelo sistema de defesa aérea”, indicou o exército israelita no comunicado, precisando que os restantes projéteis caíram em zonas desabitadas “perto de Har Dov”.
Har Dov ou Monte Dov é uma encosta do Monte Hermon, também reivindicada pelo Líbano que designa a área de “quintas Shebaa”, mas que, segundo a ONU, faz parte dos montes Golã sírios ocupados por Israel desde 1967.
Nesta sexta-feira, o Hezbollah declarou ter lançado dezenas de ‘rockets’ sobre aquela região disputada, em resposta aos bombardeamentos aéreos israelitas no sul do Líbano.
O último aumento na tensão entre os dois campos foi em 2019, quando o Hezbollah tomou como alvo um veículo militar israelita em represália por dois ataques “israelitas” contra o movimento, na Síria e no Líbano.
Na altura, o partido xiita prometeu responder às mortes de dois dos seus membros num ataque aéreo israelita perto de Damasco, acusando ainda Israel de ter lançado um ataque com um avião não tripulado (‘drone’) nos subúrbios a sul de Beirute, o seu principal bastião na capital libanesa.
Em 2006, o último grande confronto entre Israel e o Hezbollah causou mais de 1.200 mortos do lado libanês, na maioria civis, e 160 do lado israelita, maioritariamente militares.
Após vários conflitos, Israel e o Líbano permanecem tecnicamente em estado de guerra e uma Força Provisória das Nações Unidas, a FINUL, está destacada no sul do Líbano para agir como uma barreira entre os dois países.
Na quinta-feira, o comandante da missão da ONU, o general Stefano Del Col, realizou uma reunião tripartida com responsáveis militares dos dois países, nas instalações da FINUL em Nagoura (sul do Líbano).
“Neste período de instabilidade regional, o papel de coordenação e de ligação da FINUL deve mais do que nunca ser respeitado por todas as partes”, declarou Del Col, segundo um comunicado.