As forças policiais espanholas detiveram 2.850 pessoas e aplicaram 330.000 multas por desobediência ou atentado à autoridade em três semanas de estado de emergência, segundo dados anunciados hoje pelo ministro do Interior espanhol, Fernando Grande Marlaska.
Desde a entrada em vigor do estado de emergência, a 15 de março, foram controlados mais de três milhões de pessoas e veículos, incluindo vítimas de violência doméstica, com mais de 77.000 ocorrências de resposta a chamadas e de vigilância, e lares de idosos, precisou o ministro.
Fernando Grande Marlaska falava numa conferência de imprensa conjunta com os ministros da Saúde, Defesa e Transportes, no final de uma reunião do chefe do Governo, Pedro Sánchez, com os presidentes das regiões.
Relativamente às queixas dos sindicatos e associações de polícia sobre a falta de material de proteção, o ministro afirmou que até à data foram distribuídos 2,5 milhões de máscaras, que se juntam a 500.000, só no dia de hoje, pelas forças de segurança.
Nos últimos dias foi reforçada a vigilância de estabelecimentos abertos, como supermercados e farmácias, para garantir “a segurança e proteção desses locais”.
Também nas estradas as forças policiais vão estar presentes durante toda a semana da Páscoa “para garantir que não há circulação à exceção de transportes de bens de primeira necessidade”.
Segundo o ministro, os dados indicam que a circulação rodoviária caiu 85% no sábado, 92% nas vias urbanas e 83% nos acessos às grandes cidades.
Espanha registou, nas últimas 24 horas, 674 mortes devido ao novo coronavírus, o terceiro dia consecutivo de redução, alcançando um total de 12.418 vítimas mortais, segundo a última atualização das autoridades sanitárias.
De acordo com o Ministério da Saúde de Espanha, foram confirmados 6.023 novos infetados, o que também traduz a desaceleração do ritmo de progresso da pandemia, sendo agora o total de contagiados de 130.759.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou no sábado o prolongamento do “estado de emergência” até à meia-noite de 25 de abril, para travar a covid-19, numa altura em que, segundo ele, já está “superado o pico” da pandemia.
O chefe do Governo indicou que as medidas de contenção muito rígidas, que incluem o confinamento em casa para todos, salvo os que trabalham em serviços essenciais, vão continuar, mas se a luta contra a pandemia evoluir de uma forma satisfatória, como se espera, os cidadãos irão começar a “recuperar alguma coisa” da sua vida.
Assim, Pedro Sánchez manifestou a intenção do executivo de, a seguir ao fim de semana de Páscoa, começar a suavizar as medidas de confinamento e voltar a autorizar a deslocação ao local de trabalho para aqueles que não podem trabalhar a partir de casa.