O presidente do PSD, Rui Rio, defendeu este sábado, na Festa do Pontal, no Algarve, que o atual executivo tem dois discursos distintos: um para acalmar o PCP e o Bloco de Esquerda e outro para “acolher aplausos” em Bruxelas.
“Temos um governo com dois discursos distintos. O ministro das Finanças discursa para a Europa e o primeiro-ministro discursa para o Partido Comunista e para o Bloco de Esquerda”, acusou o líder do principal partido da oposição.
Rui Rio lembrou o estado do Serviço Nacional de Saúde, bem como as recentes notícias sobre o estado da ferrovia portuguesa para acusar o executivo de fazer cativações orçamentais para receber elogios de Bruxelas. “O ministro das Finanças faz cativações orçamentais: corta verbas ao SNS, estrangula a CP, aumenta a carga fiscal e agora até adere a saídas limpas que antes criticava”, disse o líder laranja, com alguma ironia, numa referência ao vídeo de Mário Centeno sobre a Grécia.
O presidente do PSD está, por isso, confiante no futuro, porque entende que serão cada vez mais os portugueses a detetar os “limites e defeitos desta governação” e que, por isso, o Governo não terá a vida “assim tão facilitada”.
“É notório para quem tem uma noção do tempo e do fenómeno político que, ao contrário do que muitos pensam e dizem, este Governo não tem a vida assim tão facilitada até as legislativas de 2019”, declarou Rui Rio quando discursava na Festa do Pontal, que este ano se mudou para Querença, no interior do concelho de Loulé.«
E, por isso, é categórico: “o nosso objectivo é ganhar as três eleições”.
“Levei os mandatos sempre até ao fim”
O discurso no tradicional evento da família laranja, que este ano se mudou para Querença, no interior do concelho de Loulé, serviu ainda para responder aos críticos dentro do partido, que Rio acusa de estarem a sabotar o trabalho dos social democratas para ajudar o PS.
“Não posso aceitar que haja quem, no PSD, esteja permanentemente, através das críticas internas, a proteger o Partido Socialista e a tentar salvaguardar a sua vitória”, acusou Rui Rio, que lembrou que sempre levou os mandatos até ao fim e que assumiu a liderança “num dos momentos mais difíceis” do partido.
“Eu vim para este lugar, não por mim nem pelo partido, mas pelo país. E vão encontrar aí o sentido do que estou a fazer”, disse. “Precisamos de unidade, de lealdade e de companheirismo”, apelou ainda o presidente social democrata.