Hospital de São João "nunca parou" obra da ala pediátrica e mantém conclusão para 2021
12-05-2020 - 16:39
 • Lusa

Apesar de reconhecer os constrangimentos causados pela pandemia da Covid-19, as obras nunca pararam.

Veja também:


O Hospital de São João, no Porto, anuncia que nunca parou a obra da nova ala pediátrica, apesar dos “constrangimentos” devido à Covid-19, mantendo para 2021 o prazo de conclusão do equipamento previsto há 10 anos.

“Os trabalhos, apesar dos constrangimentos existentes no hospital devido ao plano de contingência covid-19, decorreram de forma planeada, com o objetivo claro de que em meados de 2021 [a obra] esteja concluída”, disse o Centro Hospitalar e Universitário de São João (CHUSJ) em resposta a questões da Lusa sobre a obra iniciada em outubro, após anos de impasse e de internamento de crianças, nomeadamente oncológicas, em contentores.

O CHUSJ assegura que “durante os meses de março a maio”, altura em que foram suspensos atos não urgentes para evitar contágios do novo coronavírus e canalizar recursos para o cuidado aos infetados, “as obras da ala pediátrica nunca foram suspensas”.

“Estamos determinados a construir um novo futuro, para as crianças, as famílias e os profissionais de saúde, que de forma tão empenhada cuidam delas. A ala pediátrica vai ser uma realidade”, destaca o hospital na resposta enviada à Lusa.

Em fevereiro, numa visita à empreitada, o presidente do Conselho de Administração do CHUSJ, Fernando Araújo, apontou a conclusão da obra para o primeiro semestre de 2021.

A construção, orçada em mais de 25 milhões de euros, arrancou a 1 de outubro.

A ala pediátrica, que ficará integrada no edifício principal, terá cinco pisos e mais dois subterrâneos, com capacidade para 98 camas.

Em julho de 2019, o CHUSJ acabou com o internamento de crianças em 36 contentores, provisórios durante cerca de 10 anos, com a deslocação dos doentes para camas pediátricas no edifício principal do hospital.

A mudança foi possível com a utilização de espaços deixados livres com a relocalização de outros serviços.

Em novembro de 2018, pais e mães de crianças internadas alertaram para os contentores “indignos e desumanos” do internamento pediátrico daquele hospital, descrevendo “quartos minúsculos sem janelas”, “cartão a tapar buracos na parede”, portas vedadas com “adesivo do hospital” e “uma sanita e duche para os 40 ou 50 pais”.

Nesse mês de 2018, o Parlamento aprovou por unanimidade, a proposta de alteração do PS ao Orçamento do Estado para prever o ajuste direto para a construção da ala pediátrica.