O Bernardo e o Alex, para além de amigos e artistas completos, são "criadores de conteúdo" e criaram um podcast, o PoDesconstruído. Haverá alguém em 2023 que ainda não tenha um podcast?:
"Haverá alguém nascido depois de 1999 que não seja criador de conteúdo?! Se existir alguém aí desse lado, por favor acusem-se. Digam tipo: “Olá, eu sou o Miguel, nasci em 2003 e o mais perto que estive de criar conteúdo foi quando fiz o recheio para o perú de natal”. Isto ao mesmo tempo é uma boa notícia. Quer dizer que estes problemas todos com os professores e os médicos são de fácil resolução. É só esperar uns anos, que essas profissões hão de extinguir-se naturalmente. No ano de 2043 se formos ao Amadora Sintra, o máximo que vamos encontrar é um estudante que desistiu no 1º ano de medicina para se dedicar aos TikToks com dicas de saúde."
Outro problema que afeta o nosso país é a falta de apoios às "artes", que leva tantos jovens a optarem por emigrar para o Brasil:
"Isto é verdade. Ainda bem que põe o dedo na ferida. O Estado devia criar fundos para apoiar dançarinos do TikTok. Senão qualquer dia vão todos para fora. Depois da fuga de cérebros, a fuga de bunda. "
Estes criadores de conteúdo, artistas incompreendidos cuja obra não tem tido a recepção devida, alertam também para a problemática da falta de música de dancinha em Portugal:
"Isto é muito grave para Portugal. Às vezes dou por mim a questionar o que terá corrido mal com o nosso país, em que é que o nosso projeto falhou, para estarmos agora como estamos, a passar por tantas dificuldades... e finalmente percebo. O PROBLEMA É QUE NÃO TEMOS MÚSICA PARA FAZER DANCINHA. Manifestarmo-nos pelo direito à habitação é muito bonito, sim senhora, mas mais urgente ainda é sair à rua para exigir uma cultura de dancinha de TikTok em Portugal. Porque esse será o motor da retoma."