“A França está em guerra”, reafirmou esta segunda-feira o presidente da República francesa, François Hollande, durante um discurso em Versalhes, numa sessão especial do Parlamento que juntou as duas câmaras.
Hollande fez questão de visitar a assembleia para mostrar união nacional “após este ataque abominável”. Aos deputados, disse que a França, “terra de liberdade e pátria dos direitos humanos”, foi atacada, mas não será vencida.
“A nossa democracia triunfou sobre inimigos muito mais fortes que estes cobardes. A república não está ameaçada por estes assassinos desprezíveis", declarou.
"Os terroristas acreditavam que um povo livre ficaria impressionado pelo horror? Nem pensar. Os franceses já ultrapassaram outros obstáculos. Agora será igual. Os franceses têm fervor, coragem, não desistem e erguem-se cada vez que um dos seus filhos é espezinhado", afirmou Hollande.
Realçando que a luta contra os guerrilheiros do Estado Islâmico “não é um choque de civilizações, porque eles não têm civilização”, o chefe de Estado disse que ia pedir ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que adoptasse uma resolução comum para mostrar a intenção de combater este tipo de terrorismo e saudou os “aliados americanos” e também os militares franceses que já estão envolvidos nesta luta.
“Síria tornou-se a maior fábrica de terrorismo”
“A Síria tornou-se a maior fábrica de terrorismo que o mundo já conheceu e o mundo já viu isso. A resposta internacional não tem sido coerente. No início do conflito a França pediu uma reacção unida”, lamentou François Hollande, pedindo uma coligação unida e forte para derrotar os jihadistas.
É neste sentido que Hollande disse que se ia encontrar nos próximos dias com Vladimir Putin e com Barack Obama para intensificar um acordo neste sentido, mostrando ainda abertura para dialogar com todas as partes envolvidas, incluindo os países vizinhos da Síria.
Os múltiplos ataques terroristas em Paris fizeram 129 mortos na noite de sexta-feira. Os atentados foram reivindicados pelo Estado Islâmico.