Começam a chegar, esta segunda-feira, às caixas do correio de mais de seis milhões de alojamentos em Portugal as cartas com os códigos e palavra passe para que todos os residentes participem na operação Censos 2021.
Na operação estão envolvidas mais de 16 mil pessoas, 11 mil das quais recenseadores, e esta primeira fase vai prolongar-se por duas semanas, até ao dia 18.
A resposta é obrigatória e, pela primeira vez, por causa da pandemia, o Instituto Nacional de Estatística (INE) dá prioridade à resposta através da Internet. Mas há alternativas. Com os Censos, o INE quer contar e caracterizar a população que vive em Portugal e os alojamentos em que reside. Sem esquecer as pessoas sem-abrigo.
Os recenseadores vão passar por todos alojamentos do país e deixar uma carta na caixa de correio. Com o código, palavra passe e instruções, o agregado dessa residência pode aceder à Internet e responder ao questionário sobre o alojamento e aos outros, sobre cada uma das pessoas que vive nessa casa.
“O que se pede é que nas próximas duas semanas, todos tenham atenção à sua caixa do correio e que, a partir de 19 de abril, enviem as respostas. De preferência, até 3 de maio”, diz à Renascença o coordenador Nacional da Recolha Censos 2021, Almiro Moreira.
Por causa da pandemia e apesar de todas regras de segurança sanitária estarem garantidas, o contacto pessoal é restringido ao essencial. Por isso, a prioridade é dada à resposta pela Internet.
Para as pessoas que têm mais dificuldades ou não têm acesso a um computador, há a possibilidade, pela primeira vez, da resposta ser dada através do contacto telefónico. O número 210542021 funciona todos os dias entre as 9h00 e as 21h00.
Outra alternativa, sobretudo para quem tem dúvidas ou não sabe preencher os questionários, é o “e-balcão”, disponível em todas as juntas de freguesia do país. E em último caso, depois de dia 31 de maio, podem ser os recenseadores a entregar os questionários em papel nos alojamentos que ainda não tenham dado resposta.
Almiro Moreira explica que o momento de recolha tem diversas fases: de 19 de abril a 3 de maio, idealmente. Após uma semana de tolerância, a partir de dia 10, os recenseadores passam nos alojamentos que não responderam para deixar avisos a lembrar que têm de o fazer, já que a participação nos Censos é obrigatória. E finalmente, se for necessário, depois de 31 de maio.
Nesta contagem, a população sem-abrigo não foi esquecida. O coordenador nacional da Recolha Censos 2021 diz que há equipas especialmente criadas, em colaboração com os NPISA (Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-abrigo) e CLA’s (Centros de Apoio Social) existentes em todos os municípios, para fazer a recolha de dados junto das pessoas sem-abrigo, que deverá acontecer na noite de 18 para 19 de abril e na manhã deste mesmo dia.
As cidades de Lisboa, Porto e Vila Nova de Gaia, nas duas grandes áreas metropolitanas, onde se concentram mais pessoas nesta situação, são as que merecem maior atenção.
Segurança e privacidade garantidas
Cada um dos onze mil recenseadores está devidamente identificado com um cartão do INE e usa um colete refletor alusivo aos Censos 2021. Mas, em caso de dúvida, qualquer pessoa pode contactar o Instituto através do telefone (pela Linha de Apoio aos Censos – 210542021), falar com a sua junta de freguesia ou com as forças de segurança.
Almiro Moreira afirma que todas as juntas têm uma lista dos recenseadores que atuam na sua área. Por outro lado, o INE forneceu à PSP e GNR uma lista de todos os recenseadores no terreno, a nível nacional.
O objetivo é garantir a máxima segurança para os cidadãos, evitando todas as possibilidades de fraude. Almiro Moreira frisa ainda que a participação é gratuita e portanto, ninguém pode exigir qualquer pagamento.
Para o INE, a garantia da privacidade e proteção de dados das pessoas é prioritária. Por isso, além de cada um dos 16 mil elementos que participa na operação ter assinado um Termo de Confidencialidade que lhes proíbe a divulgação de quaisquer dados recolhidos, há outros mecanismos de segurança implementados.
Por exemplo, “todos os recenseadores têm um smartphone com a informação que têm de recolher, mas esta é guardada numa área protegida pelo INE. Não fica qualquer informação nos telemóveis que usam”, garante Almiro Moreira.
Por outro lado, relativamente à informação recolhida através do questionário em papel, é enviada pelo recenseador e há um seguimento desses questionários, para saber onde estão e proteger a informação.
Os dados preliminares, apenas com números de residentes e alojamentos, deverão ser divulgados no último trimestre deste ano. Os dados provisórios poderão ficar disponíveis na Primavera de 2022, mas os resultados finais com todos os detalhes, só serão apresentados no fim do ano.