O Bloco de Esquerda (BE) pediu, esta quarta-feira, a audição, com caráter de urgência, do ministro da Saúde na Assembleia da República para Manuel Pizarro esclarecer se o Governo vai avançar com a concentração e encerramento de maternidades e urgências de obstetrícia.
Num requerimento endereçado ao presidente da Comissão de Saúde, os deputados bloquistas apontam que a comissão de acompanhamento, criada em junho pelo Governo face aos sucessivos encerramentos temporários de serviços de urgência de obstetrícia e ginecologia, propôs "a concentração de respostas na área da obstetrícia e ginecologia, o que representará o encerramento de alguns serviços em vários hospitais do país".
Os deputados referem, ainda, que "essa hipótese tem sido veiculada insistentemente de forma pública" pelo coordenador da comissão, Diogo Ayres de Campos, dada a falta de recursos.
Numa publicação na rede social Twitter, a coordenadora do BE lembrou que, "para lá do CEO e outras nomeações, há notícias na Saúde a exigir atenção" e anunciou que o partido quer ouvir Manuel Pizarro no parlamento.
"Em vez de recuperar profissionais e investir no SNS, aponta-se o encerramento de serviços como resposta à falta de médicos em serviços de obstetrícia", critica Catarina Martins.
"O problema essencial é, por isso, a falta de profissionais e, acima de tudo, a falta de medidas para a captação, contratação e fixação de médicos especialistas e outros trabalhadores da saúde necessários para garantir o pleno funcionamento de maternidades e urgências", considera o BE no requerimento entregue no parlamento.
Considerando que a situação "não é nova", o partido acusa o Governo de nada fazer "para melhorar a situação simplesmente porque não quis".
" É preocupante que a cada novo problema, a resposta dos Governos seja o encerramento de serviços e não o reforço do SNS, seja através do investimento em equipamentos, seja através da contratação e melhoria de condições de trabalho dos profissionais de saúde", critica o partido liderado por Catarina Martins.
O Bloco considera, assim, que "é fundamental que a Assembleia da República ouça o ministro da Saúde sobre este assunto porque é urgente que o Governo esclareça se concorda com as propostas de concentração e encerramento de serviços, se vai avançar com estas medidas e quais os serviços e populações que serão prejudicados com tal medida", conclui.