Os internamentos por vírus sincicial respiratório em crianças até dois anos reduziram e estabilizaram na última semana e os casos de gripe mantêm a tendência decrescente, segundo o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA).
"O número de novos internamentos por infeção por RSV [vírus sincicial respiratório] em crianças menores de 24 meses na rede de vigilância sentinela mantém-se reduzido e estável nas últimas semanas", refere o Boletim de vigilância epidemiológica da gripe e outros vírus respiratórios do INSA.
Desde 2 de outubro de 2023, início da época, foram reportados 401 casos de internamento por RSV pelos hospitais que integram esta rede.
Cerca de 49% dos casos tinham menos de três meses de idade, 17% eram bebés pré-termo e 10% tiveram necessidade de ventilação ou foram internados em Unidade de Cuidados Intensivos, adianta o INSA.
Os dados também indicam que "a mortalidade por todas as causas está de acordo com esperado" para a altura do ano.
Dois doentes com gripe nos cuidados intensivos
Na semana de 22 a 28 de janeiro, foram identificados na Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe e Vírus Respiratórios 479 casos positivos para o vírus da gripe, dos quais 464 do tipo A e 13 do tipo B. Em 60 dos casos foi identificado o subtipo A(H1)pdm09 e em 6 o subtipo A(H3).
Desde o início da época, os hospitais notificaram 69.359 casos de infeção respiratória e foram identificados 14.310 casos de gripe.
Na semana passada, foram reportados dois casos de gripe pelas 20 Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) que enviaram informação, tendo sido identificado o vírus influenza A não subtipado em ambos os casos.
"Verificou-se que um doente tinha entre 65-74 anos e o outro entre 55-64 anos. Dos doentes, apenas um apresentava doença crónica e ambos tinham recomendação para vacinação contra a gripe sazonal, nenhum dos quais estava vacinado", observa o INSA.
Nesta semana, a proporção da gripe em UCI foi de 1,3%, valor inferior ao registado na semana anterior (5,4%).
Maioria dos casos são de vírus Influenza A
"A proporção da gripe em UCI aumentou entre as semanas 50 e 52 de 2023 [entre 11 e 31 de dezembro], altura em que atingiu os 17,1%, valor acima do registado em períodos homólogos (proporção máxima de 13,5% na época 2013-2014), tendo vindo a diminuir desde então", salienta o INSA.
Desde outubro de 2023, foram reportados 142 casos de gripe pelas UCI que colaboram na vigilância, tendo sido identificado o vírus Influenza A em 135 casos.
Os dados adiantam que 76 doentes (53,5%) tinham 65 ou mais anos de idade, 30 entre 55-64 (21,1%), 23 entre 45-54 (16,2%), sete entre 35-44, (4,9%), cinco entre 25-34 (3,5%) e um entre 18-24 (0,7%).
Do total de casos, 120 (84,5%) tinham doença crónica subjacente, dois eram grávidas e 129 (90,8%) tinham recomendação para vacinação contra a gripe sazonal, 37 dos quais estavam vacinados.
Na semana passada, foram também reportados quatro casos de gripe pelas três enfermarias (uma de adultos e duas pediátricas) que enviaram informação, tendo sido identificado o vírus influenza A não subtipado no total de casos.
Desde o início da época, foram reportados 131 casos de gripe pelas enfermarias que colaboram na vigilância, tendo sido identificado o vírus Influenza A em 130 casos.
De acordo com os dados, foram identificados na semana anterior quatro casos de co-infeção, sendo um destes uma co-infeção SARS-CoV-2 e vírus da gripe, que desde outubro totalizaram 275 casos.
Nesta época, foram identificados outros agentes respiratórios em 9-389 casos. Na semana passada foram identificados outros agentes respiratórios em 304 casos, sendo o vírus sincicial respiratório e os vírus do grupo picornavírus os mais frequentemente detetados, refere o INSA no boletim.