O governo moçambicano pretende contar com o apoio de médicos e enfermeiros brasileiros face às necessidades do programa estatal que prevê a construção até 2030 de um hospital em cada distrito do país, foi anunciado esta quarta-feira.
"São parte dos desafios do setor de saúde moçambicano e que vão corporizar os acordos a serem rubricados pelos setores de saúde dos dois Estados, o estabelecimento de parcerias para a formação acelerada de médicos especialistas, estabelecimento de indústria farmacêutica, biotecnologia em saúde entre outros", explica o ministério da Saúde.
Na mesma informação, o ministério recorda que o Brasil "é reconhecido mundialmente pelo seu forte potencial na área da indústria farmacêutica, no sistema de inovação em biotecnologia e na formação de médicos especialistas".
"Os acordos de formação de especialistas a serem rubricados nesta visita do ministro da Saúde irão viabilizar também a provisão de médicos especialistas e não só, para atender a demanda resultante da iniciativa presidencial 'Um distrito, um hospital distrital'. Entre outros recursos humanos, a iniciativa presidencial 'Um distrito, um hospital distrital' requer profissionais especializados em enfermagem, cuidados intensivos, instrumentação e anestesiologia e outras áreas prioritárias das especialidades médicas", lê-se.
"Os acordos a serem alcançados nesta visita para área de formação vão permitir o envio de médicos moçambicanos ao Brasil e, também, da vinda de especialistas brasileiros para a formação de médicos especialistas em Moçambique", acrescenta.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, saudou em julho, em Maputo, o programa governamental "Um distrito, um hospital", lançado em 2019, reconhecendo que são necessários investimentos na saúde no pós-pandemia.
"Concordamos que são necessários mais investimentos na saúde após a Covid-19", declarou Tedros Ghebreyesus, aludindo ao encontro que manteve na ocasião com o presidente moçambicano.
O encontro, disse, serviu para discutir o programa do governo de Moçambique para implantar infraestruturas sanitárias de raiz, equipadas com serviços modernos para reduzir a transferência de doentes para um hospital de referência.
O diretor-geral da OMS explicou que o encontro com Filipe Nyusi permitiu analisar os "investimentos necessários" para a concretização do programa "Um distrito, um hospital", de "unidades básicas de saúde através da uma nova plataforma de investimentos de impacto" no setor da saúde em Moçambique.