Pico da gripe. Bastonário dos médicos diz que falta “capital humanos” nas urgências
29-12-2017 - 07:19

DGS já admitiu um aumento de casos, mas garante que foram tomadas as medidas adequadas para combater um surto. Consulte aqui os conselhos para se proteger.

O bastonário da Ordem dos Médicos acredita que, tal como em outros anos, a actividade gripal vai congestionar as urgências nos próximos dias.

Miguel Guimarães contraria a Direcção-Geral da Saúde (DGS) e garante que não foram tomadas as medidas adequadas. Diz que “falta de capital humano nos serviços de urgência - médicos e enfermeiros e outros profissionais - para haver capacidade de resposta” e fazer face ao pico que se aproxima.

“Prevejo que nas urgências vá acontecer o mesmo que aconteceu noutros anos e vão ficar obviamente sobrecarregadas. Infelizmente!”, admitiu à Renascença, lembrando que a maior parte destes doentes não precisaria de ir às urgências, mas tem que haver capacidade de resposta nos serviços primários.

A DGS já admitiu um aumento de casos, mas garante que foram tomadas as medidas adequadas para combater um surto de gripe. O alargamento dos horários dos centros de saúde e o adiamento de consultas programadas são medidas previstas para responder à maior procura dos serviços de saúde em Lisboa e Vale do Tejo devido à gripe.

“Não sei quando é que eles prevêem o pico, mas, neste momento, as respostas já estão a ser insuficientes em vários hospitais do país”, admite o bastonário Miguel Martins.

No início do mês, também a Ordem dos Enfermeiros alertou para um eventual agudizar de situações de caos nas urgências. A culpa, disse a bastonária, é do ministro da Saúde por não ter reforçado os serviços hospitalares para a época gripal.

Proteja-se do frio

A Direcção-geral da Saúde faz uma série de recomendações a propósito do Inverno, de modo a evitar complicações mais graves derivadas do frio, como doenças respiratórias e lesões.

As principais são:

  • Manter o corpo hidratado e quente;
  • Manter-se protegido do frio (nomeadamente, as extremidades: através do uso de um cachecol, um gorro, luvas e calçado quente);
  • Manter a casa quente (entre os 18 e os 21 graus);
  • Manter-se em contacto e atento aos outros;
  • Estar especialmente atento caso tenha alguma doença crónica ou problema de saúde, dado que “as temperaturas extremas e frias são factor de descompensação”, diz Graça Freitas, directora-geral da saúde.

Outras recomendações importantes são:

  • Manter a correcta ventilação das divisões com lareiras, braseiras, salamandras ou equipamentos de aquecimento a gás;
  • Evitar dormir/descansar muito perto da fonte de calor;
  • Apagar ou desligar os sistemas de aquecimento antes de se deitar ou sair de casa;
  • Promover uma boa circulação de ar, não fechando completamente as divisões da casa, mas evitando as correntes de ar frio;
  • Atenção à utilização de botijas de água quente, para evitar o risco de queimadura;
  • Usar várias camadas de roupa, em vez de uma única muito grossa, e não demasiado justas para não dificultar a circulação sanguínea;
  • Fazer refeições mais frequentes encurtando as horas entre elas, dando preferência a sopas e a bebidas quentes, como leite ou chá;
  • Aumentar o consumo de alimentos ricos em vitaminas, sais minerais e antioxidantes (por exemplo, frutos e hortícolas), pois contribuem para minimizar o aparecimento de infeções;
  • Evitar bebidas alcoólicas, que provocam vasodilatação com perda de calor e arrefecimento do corpo.

A DGS sublinha que todos estes cuidados devem ser reforçados no caso dos grupos mais vulneráveis, ou seja:

  • Crianças nos primeiros anos de vida;
  • Pessoas com 65 ou mais anos ou com mobilidade reduzida;
  • Portadores de doenças crónicas;
  • Pessoas que desenvolvem actividade no exterior;
  • Praticantes de actividade física no exterior;
  • Pessoas que consomem álcool em excesso ou drogas ilícitas;
  • Pessoas isoladas ou em carência social e económica.