No próximo ano, os armadores portugueses vão pescar menos linguado, pescada e peixe espada preto. As quotas para 2021 foram definidas numa reunião dos ministros das Pescas da União Europeia, que se prolongou por 48 horas.
Portugal vai poder pescar quase 2.500 toneladas de pescada (menos 5%), 428 toneladas de linguado (menos 20%) e 2.241 toneladas de peixe espada preto (menos 20%).
A Associação de Produtores de Pesca do Cerco fala de uma meia vitória. “As três são espécies fundamentais para o equilíbrio desta frota. O que estava proposto eram de facto reduções bastantes grandes, que iriam provocar constrangimentos à atividade, mas a comprovar-se esses cortes não vai ser tão mau”, disse à Renascença Humberto Jorge.
Um comunicado do Governo diz que conseguiu negociar um corte inferior ao inicialmente proposto. “Para 2021, a Comissão apresentou uma proposta que previa decréscimos para a maioria dos stocks de relevância nacional. Com base nos pareceres científicos, foi possível melhorar as oportunidades de pesca propostas inicialmente relativas à pescada, ao linguado e ao peixe espada preto. Sublinha-se que estes três stocks têm aconselhamento precaucional, tendo sido respeitados os resultados obtidos no ano passado quanto ao objetivo de Rendimento Máximo Sustentável 2020 para os outros stocks.”
Em matéria de negociações internacionais, das quais dependem parte das quotas da União Europeia, estabeleceu-se em definitivo as quotas relativas ao Atlântico Noroeste, “apenas com uma quota de 1.500 toneladas de bacalhau na área da Organização de Pescas do Atlântico Noroeste”.
“O Ministério do Mar continua empenhado em trabalhar em estreita cooperação com o setor para assegurar uma atividade de pesca sustentável, rentável e duradoura, fazendo, para tal, uso de todos os instrumentos disponíveis e em linha com o Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, conclui a nota enviada à redação.