Lojistas do Centro Comercial STOP forçaram esta terça-feira a abertura de 38 das 105 lojas que tinham sido seladas, confirmou fonte da Câmara do Porto à Renascença.
A autarquia acusa os lojistas do crime de desobediência pública e admite que, com esta ação, põem em causa as negociações para o retorno dos músicos ao STOP.
A polícia municipal estava, ao início da tarde, a repor a interdição do acesso às lojas-estúdio do centro comercial.
À Renascença, o superintendente António Leitão da Silva, comandante da polícia municipal do Porto, explicou que, "desde o encerramento das 105 lojas, temos vindo cá todos os dias desselar lojas para entregar material aos legítimos proprietários e hoje de manhã verificámos que dos 105 selos colocados, 38 tinham sido destruídos".
"É uma situação estranha de que vamos dar conhecimento ao Ministério Público (MP), porque objetivamente conforme, os selos têm escrito, a destruição do selo é um crime de desobediência".
Até agora, ninguém sabe o que aconteceu ao certo, adiantou a mesma fonte. "Os músicos, desde o início da intervenção, têm sido particularmente colaborantes com a polícia e não podemos apontar nada a ninguém, certo é que existe a destruição de selo que será comunicada ao Ministério Público."
Em reação ao sucedido, Ricardo Martins, músico no STOP, conta que quando chegou ao centro comercial esta manhã "havia lojas sem selos" e que a polícia estava a resselar novamente as lojas.
O músico acredita que o sucedido tenha acontecido ontem durante a manifestação e aposta, "a pés juntos", que ninguém do STOP faria isso.
Na porta do STOP está afixado um acordo entre o executivo camarário e a administração do centro comercial para o regresso com as "devidas condições e medidas de segurança asseguradas", mas ainda sem data de regresso estipulada.
Em declarações à Lusa, o vereador da Economia da Câmara do Porto, Ricardo Valente, já tinha confirmado que em 38 lojas do centro comercial STOP existem "selos quebrados" e que a autarquia ia avançar com uma queixa ao MP.
O vereador considerou a atitude "uma falta de respeito" pelo esforço que tem sido feito pela autarquia para chegar a acordo com os músicos.
Contactado pela Lusa, o presidente da Associação Cultural de Músicos do STOP, Rui Guerra, disse não saber quem retirou os selos das lojas e garantiu que a situação "muito grave" vai ser analisada.
Também o presidente da Alma Stop, Bruno Costa, disse desconhecer quem retirou os selos, mas garantiu ter a certeza de que nenhum músico iria retirar os selos para desobedecer à lei.
[atualizado às 15h]