A Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (UNAMA) revela esta quinta-feira que o conflito afegão matou, em 2017, mais de 10 mil civis. Destes, 359 eram mulheres e 861 crianças.
A principal causa de morte, segundo os dados da UNAMA, são os ataques aéreos lançados pelos EUA, cujo Presidente, Donald Trump, estabeleceu em agosto do ano passado medidas mais agressivas no país. Os EUA têm cerca de 14 mil soldados no Afeganistão sem data prevista para regressar a casa.
Em segundo lugar aparecem os ataques suicidas, que no ano passado mataram quase o dobro dos civis do que em 2016 – um aumento que leva a ONU a expressar a sua “profunda preocupação”. Em 2017, estes ataques provocaram 2.295 vítimas: 605 mortos e 1.690 feridos.
O número de mulheres afegãs feridas no conflito aumentou 1% face a 2016, para 865. Quanto ao número de crianças afetadas, diminuiu em 10%, mas totalizou, ainda assim, 2.318 feridos em 2017.
Os dados globais divulgados esta quinta-feira indicam, apesar de tudo, uma diminuição face 2016 em 2% no número de vítimas mortais e de 11% nos feridos. Esta descida deve-se à redução do número de campanhas e ataques nas zonas mais populosas.
“Os números por si só não demonstram o horrível sofrimento causado às pessoas, especialmente em mulheres e crianças”, realça o responsável pelo UNAMA, Tadamichi Yamamoto.
O ataque que causou mais mortos ocorreu na capital afegã, no ano passado, quando um camião carregado de explosivos matou 150 civis.
Este ano, um ataque ao Hotel Intercontinental de Cabul e a explosão de uma ambulância carregada de explosivos matou cerca de 120 pessoas.