Catarina Martins acusa Costa e Marcelo de empurarrem país "para o pântano"
04-05-2023 - 16:39
 • Lusa

"Agora que já não precisam um do outro empurram o país para o pântano e não têm o mínimo equilíbrio institucional", acusa coordenadora do BE.

O BE acusou esta quinta-feira o Presidente da República e o primeiro-ministro de empurrarem o país para o pântano, "agora que não precisam um do outro", e afirmou-se "preparado para o que houver".

“Agora que [Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa] não precisam um do outro [para alcançarem a reeleição e a maioria absoluta, respetivamente], empurraram o país para o pântano”, acusou a coordenadora do BE, Catarina Martins, à margem de uma reunião dos líderes dos partidos da esquerda no Parlamento Europeu, em Bruxelas.

Catarina Martins disse que a atual situação política foi provocada pelo "Presidente e primeiro-ministro" que "alimentaram um ao outro a sua continuidade: o primeiro-ministro permitiu ao Presidente um segundo mandato de uma forma muito confortável e o Presidente da República colaborou com o primeiro-ministro no seu número para ter uma maioria absoluta", considerou.

"Agora que já não precisam um do outro empurram o país para o pântano e não têm o mínimo equilíbrio institucional. Isso acho que estamos todos a ver", criticou.

PR "só tem duas saídas"

Questionada sobre o que espera da declaração que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vai dirigir ao país, hoje, às 20:00, Catarina Martins recusou "especular" sobre o conteúdo da mensagem, considerando no entanto que "é preciso credibilizar o Governo" que, neste momento, "é absolutamente inoperante".

“Num cenário de maioria absoluta só há duas saídas: ou o Presidente da República decide dissolver o parlamento, convocar eleições – o Bloco de Esquerda estará preparado para o que houver -, ou o Governo tem a capacidade […] de se reinventar, de se reorganizar, de mostrar um outro projeto ao país”, disse Catarina Martins.

A coordenadora do Bloco acrescentou que, “neste momento, está nas mãos do Presidente da República e do primeiro-ministro tirarem Portugal do pântano em que está”.