Costa apoia Marcelo. “Parece a união nacional em democracia”
18-05-2020 - 10:32
 • Marta Grosso , Anabela Góis (moderação do debate)

Henrique Raposo e Jacinto Lucas Pires comentam as declarações de Ana Gomes sobre uma possível candidatura a Belém e a nova fase de desconfinamento, que se inicia nesta segunda-feira.

Henrique Raposo considera que a política em Portugal está num sufoco, pelo que concorda que “o PS arranje um candidato da sua área”.

É a reação à manifestação de apoio, por parte do primeiro-ministro, António Costa, a um novo mandato de Marcelo Rebelo de Sousa – à qual também reagiu a socialista Ana Gomes, lançando a hipótese de se candidatar a Belém.

“Não são só os socialistas que estão chocados e indignados. Pessoas à direita como eu também estão um bocadinho fartos. Isto às vezes parece a união nacional em democracia”, afirma Henrique Raposo na Renascença.

“Parece que não há vozes diferentes” e “a oposição está nas mãos da Iniciativa Liberal ou do PCP, são os únicos partidos que questionam”, defende.

“E agora temos o primeiro-ministro do PS a apoiar o Presidente da República do PSD. Ou seja, há uma criação de um bloco central que é sufocante”, conclui.

Jacinto Lucas Pires tem uma visão diferente e considera que “a forma partidária não é a certa para pensar as presidenciais”. Acrescenta, contudo, que o apoio de António Costa a Marcelo “abre mais espaço à direita”.

No espaço de comentário e debate do programa As Três da Manhã, Henrique Raposo e Jacinto Lucas Pires falaram ainda sobre o domingo de calor que levou muitas pessoas à rua e às praias e sobre a nova fase de desconfinamento, que se inicia nesta segunda-feira.

Mantendo a consistência, Henrique Raposo afirma que “temos de voltar à normalidade” e diz ter saudados “de ouvir os aviões”.

“Já não suporto este silêncio da cidade”, afirma.

Jacinto Lucas Pires considera que “não vai ser fácil” convencer as pessoas a ir aos restaurantes, porque o caminho certo agora é um caminho incerto”.

“É verdade que temos de reativar a economia, mas é certo que o vírus ainda está aí, que a vacina ainda não existe, que há pessoas mesmo saudáveis que ficam em apuros e questões práticas para resolver nesta nova realidade”, como por exemplo “como é que a maior parte dos restaurantes vai abrir a 50%”.

Em resumo, Jacinto Lucas Pires considera que cada um vai ter de encontrar a sua maneira de viver esta nova fase.