O presidente do Dicastério da Comunicação da Santa Sé, Paolo Ruffini, considera que, em tempo de guerra, os comunicadores cristãos não devem “passar a ideia de que a paz é impossível”.
O conselho foi deixado, no âmbito das III Jornadas da Comunicação, organizadas pelo Santuário de Fátima, quando questionado sobre qual deve ser o papel que os comunicadores cristãos devem ter no conflito militar em curso na Ucrânia.
“Penso que devemos ter a paciência de compreender a complexidade das coisas, sem querer chegar logo a conclusões rápidas. Fazer isso sempre, mas em particular nos momentos mais complicados como este, de conflito”, disse Paolo Ruffini.
Ruffini reforçou a ideia que não se deve “passar a ideia de que a paz é impossível”, lembrando que o Papa Francisco tem contrariado” essa tendência.
“A paz é sempre possível e um comunicador cristão deve procurar o fio mais subtil, a centelha que conduz à paz”, argumentou.
Redescoberta da dimensão comunitária na era digital
Na sua intervenção durante as Jornadas da Comunicação, o prefeito do Dicastério para a Comunicação da Santa Sé apelou à redescoberta da “força da rede, da comunidade”, perante a revolução digital e as mudanças nos media.
“A maior crise é a de sentido, por isso há necessidade do nosso trabalho, como comunicadores”, disse Paolo Ruffini.
O colaborador do Papa destacou a “aceleração” que marca a sociedade contemporânea e os desafios que se colocam aos media católicos, indo para lá dos “algoritmos”, para apresentar critérios de “bem comum”. “Não podemos ficar presos a uma visão estática da comunicação”, advertiu.