António Simões, grande figura da história do Benfica, conta com o técnico Roger Schmidt para “fazer com que a equipa saia deste buraco”, em que caiu depois de perder os jogos com FC Porto e Inter de Milão, ambos em casa.
O antigo jogador das águias viu um Benfica “meio atrofiado” e com “grandes dificuldades em impor-se” na derrota por 0-2 com os italianos, na 1.ª mão dos quartos de final da Liga dos Campeões.
“Passou do 80 para o 8, da euforia para o drama. Agora, é um desafio para quem é mais resistente, para quem é capaz de aparecer e comandar”, começa por dizer, a Bola Branca.
“Antes havia certezas, agora há dúvidas e com alguma legitimidade”, descreve Simões, que personifica a preocupação dos adeptos com a “grande diferença, para pior, de capacidade da equipa”.
“Agora parece que desapareceu, mas as qualidades continuam lá. O importante é quem deve tomar conta disto. Contamos com o treinador para fazer com que o Benfica saia deste buraco onde se meteu, porque é perfeitamente possível, já em Chaves”, diz.
As águias visitam Trás-os-Montes na jornada 28 do campeonato, antes da ida a Milão para o jogo da 2.ª mão.
Sobre o jogo em casa do Inter, Simões sublinha que não acredita em “milagres”, mas espera uma equipa que consiga “surpreender” a formação italiana e devolva esperança aos adeptos.
“Não se pode afirmar que não há esperança, não faz nenhum sentido quando há mais um jogo, mas claro que é um jogo difícil, complicado, contra uma equipa muito astuta”, afirma.
“Precipitação” na renovação com Schmidt
António Simões sempre se mostrou cauteloso no momento de abordar uma possível extensão de contrato com o técnico alemão antes do final da época, classificando-a como “prematura” em declarações à Renascença.
Agora que o Benfica renovou com Roger Schmidt até 2026, o antigo atleta e dirigente encarnado vem reforçar aquilo que “já o tinha perspetivado”.
“Gosto do treinador e do seu perfil, mas parece que já ninguém avalia a competência dos treinadores, só os resultados. Parece ter havido alguma precipitação, tendo em conta aquilo que a equipa agora produz”, diz.
Apesar da crítica ao momento da renovação do contrato do treinador, Simões recusa apontar o dedo e atribuir responsabilidades. Depois das duas derrotas, agora é tempo de olhar para a frente, porque há receio no ar.
“Todos acabam por ter a sua quota de responsabilidade, agora é pensar muito seriamente para o jogo em Chaves. O meu receio é que o Benfica não consiga responder e ganhar o campeonato, porque os resultados com Porto e Inter podem ter influência no rendimento da equipa”, conclui.