Um conto inacabado de Truman Capote (1924-1984), escrito por volta de 1950, quando o escritor norte-americano vivia na Sicília, foi publicado, pela primeira vez, na mais recente edição da revista literária The Strand Magazine.
O editor-chefe da revista, Andrew Gulli, disse que encontrou a história de Truman Capote, “Another Day in Paradise” (‘Mais Um Dia no Paraíso’) na biblioteca do Congresso, o parlamento dos Estados Unidos, dentro de “um velho caderno de estilo florentino, de capa vermelha e dourada”.
Num editorial, Gulli disse que o texto, escrito à mão e a lápis, era tão difícil de ler que foi necessário contratar um especialista para preparar a publicação na revista, conhecida por publicar obras raras de escritores como Ernest Hemingway e John Steinbeck.
O escritor iria mais tarde descrever a mudança para a Europa como uma fuga necessária da cena literária americana, que ele comparou a viver dentro de uma lâmpada, e falar da Sicília como um cenário ideal para trabalhar. O biógrafo de Capote, Gerard Clarke, diz que o autor se mudou para a Sicília em parte porque o seu parceiro, Jack Dunphy, queria morar no estrangeiro e porque o forte dólar norte-americano tornou a Itália mais acessível do que Nova Iorque.
O autor do livro “Understanding Truman Capote” (‘Conhecer Truman Capote’), Thomas Fahy, disse que a estadia de pouco mais de um ano na Sicília o deixou com o sentimento que muitos autores têm quando estão longe dos seus países: uma crescente noção da distância. Mas também, acrescentou, uma maior clareza, que ele usou mais tarde para escrever obras como A Harpa de Ervas e as suas memórias da infância em Monroeville, no estado de Alabama.
Capote tinha cerca de 20 anos e era uma estrela em ascensão quando se mudou da cidade de Nova Iorque para Taormina, na Sicília, em 1950, onde viveu numa casa pitoresca, chamada Fontana Vecchia, outrora ocupada pelo escritor britânico D.H. Lawrence.