O parlamento português aprovou esta terça-feira, com votos contra do PCP, PEV e IL e abstenção do CDS-PP, PAN e Chega, o texto final do diploma que transpõe a diretiva europeia sobre dados abertos e à reutilização de informação do setor público.
O diploma, que teve ainda a abstenção da deputada não inscrita Cristina Rodrigues, mereceu o voto favorável dos restantes deputados, incluindo PS, PSD e BE.
Na mesma sessão, a Assembleia da República aprovou o texto final da proposta de lei que transpõe a diretiva europeia relativa à utilização de informações financeiras e de outro tipo para efeitos de prevenção, deteção, investigação ou repressão de infrações penais, tendo o diploma sido aprovad com abstenção do CDS-PP e IL e voto favorável dos restantes deputados.
Nos trabalhos desta terça-feira foi ainda aprovado o texto final da proposta de lei que transpõe a diretiva europeia relativa ao combate à fraude e à contrafação de meios de pagamento que não em numerário, tendo o diploma sido aprovado com abstenção de PCP, CDS e IL e com o voto favorável dos restantes deputados.
Os textos finais destes três diplomas aprovados pelo parlamento foram apresentados pela Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.
Quanto à matéria sobre dados abertos e à reutilização de informações do setor público, o diploma nota que a diretiva coincide com o programa do Governo no tocante à "expansão da informação pública de fonte aberta, preconizando que o conjunto de dados produzidos por diversos agentes e instituições públicas e privadas tem um potencial transformador e que pode contribuir decisivamente para uma maior transparência, aumentando significativamente as fontes de informação disponíveis, com vista a uma tomada de decisão mais informada e esclarecida".
"Importa, pois, garantir uma maior difusão e acesso a dados de interesse público, estimulando a partilha desses dados, para melhor informar os cidadãos, desenhar políticas públicas mais eficazes, prestar serviços de qualidade que respondam às necessidades das pessoas e incentivar a transparência, o reaproveitamento para fins científicos e de geração de conhecimento e o aparecimento de novas fontes e modelos de negócio, tornando-a mais facilmente acessível às "startups" e às pequenas e médias empresas, aumentando o fornecimento de dados dinâmicos e de conjuntos de dados com um impacto económico particularmente elevado, promovendo a concorrência e a transparência no mercado da informação", lê-se na exposição dos motivos da proposta. .
O Governo diz pretender, assim, "fomentar a apresentação e a agregação de dados e a sua consequente publicação por forma a garantir o aparecimento de novos serviços e ampliar o catálogo central de dados abertos em Portugal e estimular o seu uso e consumo, incluindo pela comunidade científica".
"Efetivamente, o setor público recolhe, produz, reproduz e divulga um largo espetro de informações em muitas áreas de atividade, designadamente informações sociais, políticas, económicas, jurídicas, geográficas, ambientais, meteorológicas, sismológicas, turísticas, empresariais e sobre patentes e educacionais. Estes documentos produzidos pelos órgãos e entidades do setor público, constituem um conjunto de recursos vasto, variado e valioso que pode beneficiar a sociedade", refere o diploma.