O Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), com uma greve parcial em curso, apelou esta segunda-feira à intervenção do Ministério das Infraestruturas para resolver os problemas dos trabalhadores e para que seja alcançada a paz social na CP.
"A direção do SFRCI espera intervenção do Ministério das Infraestruturas, no sentido de se ultrapassar os problemas que afetam os trabalhadores e assim alcançar paz social na CP", pode ler-se num comunicado divulgado hoje pelo sindicato.
O SFRCI deu início a uma greve parcial na CP - Comboios de Portugal, entre hoje e 5 de julho, que abrange revisores, trabalhadores das bilheteiras, manobradores, trabalhadores da revisão de material, entre outras categorias profissionais.
O sindicato acusa a CP de "discriminação salarial imposta pela administração" e de "violação do acordo referente às regras de segurança da circulação" negociado entre 2017 e 2018.
"A redução das regras de segurança ferroviária colocam em causa a segurança dos utentes, ficando bem patentes, na situação ocorrida sábado, dia 3 de junho 2023, no comboio da Fertagus. Nessa situação, na ausência do agente de acompanhamento, os utentes perante um incidente ficaram abandonados horas a fio e entregues a si próprios, a circular pela via", refere o SFRCI.
Entre as reivindicações do sindicato estão a "inclusão da hora de refeição, como parte integrante do horário de trabalho diário dos trabalhadores afetos às bilheteiras", o pagamento dos abonos (variáveis) "em dívida" a associados do SFRCI e a melhoria das condições de trabalho e equipamento das bilheteiras, salas sociais e dormitórios.
A greve parcial dos trabalhadores ferroviários da CP levou hoje à supressão de 22 comboios dos 249 programados (8,8%) entre as 00h00 e as 08h00, segundo dados enviados pela empresa à Lusa.
A CP alertou para perturbações entre as 00h00 horas de hoje e as 24 horas de 5 de julho devido a nova greve, desta vez parcial e com serviços mínimos, convocada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI).
O SFRCI cumpriu, na passada quarta-feira, uma greve de 24 horas que levou à supressão de centenas de comboios.
O sindicato contesta o que diz ser a "falta e equidade na CP" e teme que sejam colocados em causa os postos de trabalho. A operadora já veio garantir que isso não irá acontecer, tendo chegado a acordo com os restantes sindicatos.