Mais de 80% das empresas de alojamento e restauração viram as suas reservas canceladas, após o anúncio das medidas restritivas por parte do Governo para a época de Natal e fim de ano.
Os dados divulgados, esta terça-feira, pela Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) mostram que “sempre que se anunciam novas medidas que vêm limitar o funcionamento das atividades da restauração, similares e do alojamento turístico, os cancelamentos surgem de forma intensa”.
Os resultados do mais recente inquérito realizado pela AHRESP indicam que as recentes restrições “levaram a que mais de 80% das empresas tenham sido impactadas com cancelamentos”.
Mostram ainda que na restauração e bebidas e no alojamento turístico, 20% das empresas registaram quebras de faturação superiores a 50% em dezembro, comparativamente ao mesmo mês de 2020.
Já 51% das empresas do sector turístico, questionadas pela AHRESP, indicaram ter uma taxa de ocupação igual ou inferior a 25% na época do Ano Novo, 18% dos estabelecimentos estiveram encerrados na noite de passagem de ano e para 34% das empresas a taxa de ocupação do fim de ano foi inferior à de 2020.
O inquérito para avaliar o impacto das medidas restritivas no Natal e fim de ano contou com 557 respostas representativas dos vários sectores.
Mais medidas de apoio
O elevado nível de cancelamentos numa época tradicionalmente “conhecida como balão de oxigénio para as empresas, com consequências graves para a estabilidade dos negócios, que se veem sem clientes e sem trabalhadores”, são motivos, no entender da ARESP, para que haja “novos apoios a fundo perdido para a tesouraria das empresas”.
Em comunicado, a AHRESP pede ainda que novas medidas de saúde pública de controlo da pandemia que venham a surgir sejam ponderadas “de forma a atenuar os efeitos negativos que provocam nas empresas da restauração, similares e do alojamento turístico”.
O documento alerta ainda para a subida de preços em várias áreas, ao longo deste ano, realçando que “terão enorme impacto nos negócios” das atividades económicas, pelo que é “da maior relevância, já em janeiro de 2022, o reforço dos apoios a fundo perdido, de forma a compensar as perdas, e para que se mantenham os negócios e os respetivos postos de trabalho”.