Ansiosos por voltar à Casa da Mãe, os peregrinos de Fátima compuseram, este sábado, o recinto de oração do Santuário, naquela que foi a primeira peregrinação oficial aberta a todos desde o início da pandemia da Covid-19.
De máscara colocada e afastados uns dos outros, permaneceram firmes na sua devoção a Nossa Senhora.
Catarina Teixeira veio de Amarante com o marido e os filhos ainda pequenos. Deparou-se com um cenário “diferente”, que a deixou triste, mas ao mesmo tempo descansada, pois “é bom ver as pessoas todas a aderir da mesma forma”. E garantiu que vai continuar a ir a Fátima “pelo menos uma vez por ano.”
Também Patrício Vasconcelos, de Lisboa, decidiu ir a Fátima com a família e mostrou-se resignado com a situação:
"Temos de nos adaptar à nova realidade em qualquer situação que estejamos a viver, porque o mundo parou totalmente e agora é um teste à nossa resistência e capacidade de adaptação.”
“Temos de avançar, não podemos parar”, acrescentou o jovem que, questionado se conseguia viver o momento com o mesmo estado de espírito, respondeu que “nada é igual" àquilo a que estava habituado.
Já Maria de Fátima Silva, de Paredes, disse que Fátima “estava melhor do que pensava", pois nunca pensou poder fazer a visita este ano.
Por isso, esta vinda a Fátima surpreendeu-a pela positiva, ao ponto de viver a celebração mais intensamente do que era habitual, já que “estava com muita ansiedade de vir.”
Não foi uma peregrinação de casa cheia, mas, mesmo assim, o regresso dos peregrinos à casa da Mãe foi uma alegria para quem vive em Fátima, como Deolinda Reis que confessou que “é uma tristeza quando não há ninguém”. Por isso, ao deparar-se com o recinto com peregrinos, exclamou: “Adoro!”
Depois de dois feriados que trouxeram muitos peregrinos a Fátima, a Cova da Iria realizou a primeira peregrinação oficial aberta a todos, embora obrigados às medidas de segurança como o uso da máscara e o distanciamento social. Um mal menor para quem ansiava por voltar.