A mensagem do ministro da Saúde é clara: “Vacinar, vacinar é proteger”. Adalberto Campos Fernandes reage assim quando questionado sobre a notícia que revela que os portugueses estão mais vulneráveis ao sarampo.
“Essa apreciação não está no relatório e não foi dita pelo relatório. É uma interpretação que está do ponto de vista da leitura inadequada e que projecta um sentimento de alarme injustificado”, garantiu em Viseu, onde foi visitar os 15 feridos dos incêndios que estão internados no Hospital de S. Teotónio.
Segundo o ministro, tanto o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) como a Direcção-Geral de Saúde (DGS) vão explicar, esta terça-feira à tarde, os dados do Inquérito Serológico Nacional (ISN).
A imunidade de grupo contra o sarampo, que protege vacinados e não vacinados, já não existe em Portugal devido à diminuição do número de pessoas imunes à doença nos últimos 14 anos. É o que consta do ISN 2015-2016, desenvolvido pelo INSA e em que participaram 4.866 pessoas. Os dados vêm actualizar o último estudo, relativo a 2001-2002 e em que a seroprevalência para o vírus do sarampo era de 95,2%. O mais recente relatório aponta para 94,2% de indivíduos imunes à doença.
“Nós temos uma belíssima taxa de cobertura em termos globais e um dos melhores programas de vacinação da Europa. Vacinar é garantir que as nossas crianças estão imunizadas e protegidas contra doenças" que continuam a existir entre nós, afirmou Adalberto Campos Fernandes.
"Infelizmente – como o estudo indicia – a
ausência de circulação do vírus e de consequências faz presumir que esse inimigo
biológico deixou de existir, mas ele está presente nós temos que estar muito
atentos e vigilantes”, afirmou o ministro, lembrando a facilidade das viagens e a interacção entre as pessoas.
“O apelo que se faz a todos os portugueses é que tenham bem presente a necessidade de cumprir o programa de vacinação”.
DGS vê com naturalidade resultados do inquérito
A directora-geral da Saúde disse encarar “com toda a naturalidade” os resultados do inquérito que aponta para o fim da imunidade contra o sarampo, lembrando a ocorrência este ano de dois surtos, que não se tornaram endémicos.
A imunidade de grupo contra o sarampo, que protege vacinados e não vacinados, já não existe em Portugal devido à diminuição do número de pessoas imunes à doença nos últimos 14 anos.
Graça Freitas salientou que a ocorrência este ano de dois surtos de sarampo, foram pequenos e que não se tornaram endémicos. “Eu diria que isso é a prova dos nove de que existe imunidade contra o sarampo em Portugal”, disse.
“Conhecemos estes resultados. O inquérito é apenas uma peça para avaliação de todo o impacto das nossas intervenções aqui neste caso nomeadamente nas doenças para as quais à vacina. Nós com periodicidade e mais regularmente (os inquéritos fazem-se de 10 em 10 anos) avaliamos as coberturas vacinais, vemos como a população se está a vacinar e depois avaliamos a evolução da doença no nosso país”, disse.
Graça Freitas lembrou que as vacinas do Programa Nacional de Vacinação estão todas controladas ou eliminadas.