A primeira reunião com a nova direção da bancada parlamentar do PSD foi recheada de críticas. O novo presidente do grupo social-democrata, Adão Silva, foi confrontado com o afastamento de deputados considerados críticos de Rui Rio das comissões parlamentares a que pertenciam. Os deputados Pedro Rodrigues e Paulo Leitão defenderam que o PSD tem de votar a favor do referendo à eutanásia, mas a resposta não foi definitiva.
Adão Silva, recém-eleito líder do grupo parlamentar, não contou com a presença de Rui Rio - que tinha agenda pública no Algarve - para enfrentar o descontentamento de alguns deputados na sua primeira reunião enquanto presidente da bancada.
Segundo os relatos feitos à Renascença por fontes presentes na reunião, as intervenções de Duarte Marques, Margarida Balseiro Lopes e de Paulo Leitão foram bastante críticas do afastamento de Pedro Rodrigues e de Álvaro Almeida da Comissão de Assuntos Constitucionais e da Comissão de Orçamento, respetivamente, tendo esse afastamento sido visto como a consequência de algumas discordâncias da direção do grupo, até aqui liderado pelo presidente do PSD, Rui Rio.
Duarte Marques, vice-coordenador da Comissão de Negócios Estrangeiros, saiu do lugar, mas por decisão própria. Na reunião de hoje deixou claro que a responsabilidade é da coordenadora e vice-presidente do PSD, Isabel Meireles.
O deputado queixa-se da falta de distribuição de trabalho e de ser Isabel Meireles a única protagonista e coordenadora dos trabalhos parlamentares, quer na comissão, quer em plenário.
Adão Silva terá respondido, segundo fonte parlamentar, que isso é inaceitável e que pretendia resolver a situação.
Pedro Pinto, que ensaiou uma tentativa de candidatura à liderança da bancada, assumiu que falhou por não reunir os apoios necessários, mas acrescentou ainda críticas à forma como decorreram essas eleições, pelo facto de os deputados terem sido filmados e fotografados de perto. O deputado ameaçou renunciar ao mandato caso tal volte a verificar-se nas próximas eleições.
Ainda o fim dos debates quinzenais e a posição do PSD no referendo sobre a eutanásia
Com o Parlamento a aguardar pela decisão de Ferro Rodrigues e da conferência de líderes sobre o agendamento da resolução de referendo sobre a eutanásia, a questão foi levantada na bancada pelos deputados Pedro Rodrigues e Paulo Leitão, que querem saber qual a posição que o partido vai adotar.
Recordando que o Congresso do PSD do início do ano aprovou uma moção a favor da consulta popular, a expectativa manifestada é a de que o partido vote a favor da iniciativa, mas não houve uma resposta definitiva por parte de Adão Silva.
Ao que a Renascença apurou, foi anunciado apenas que o PSD vai realizar um seminário sobre o tema, ainda sem data confirmada.
Pedro Rodrigues também voltou ao tema do fim dos debates quinzenais, acordado entre PSD e PS no final da passada sessão legislativa, lamentando que Rui Rio tenha decidido participar ao Conselho de Jurisdição a quebra da disciplina de voto por parte de sete deputados sem que tivesse havido a preocupação de discutir internamente o tema no grupo parlamentar.
Duarte Marques chamou a atenção para o facto de os debates que antecedem o Conselho Europeu serem autonomizados e não marcados no mesmo dia de outros debates, para garantir que têm maior relevância e que o primeiro-ministro não vai ainda menos vezes ao Parlamento.