“O passado ficou no museu e o que agora nos compete a todos nós que estamos vivos é construir o futuro e nesse futuro temos de estar focados nas relações entre Portugal e Angola” foi assim, colocando o passado literalmente atrás das costas que o primeiro-ministro português encerrou a sua visita ao museu militar de Luanda na antiga fortaleza.
Durante mais de uma hora, António Costa tinha-se sujeitado a uma demonstração do poder angolano ao lado do ministro da defesa enquanto o director do museu ia explicando vários episódios da história comum, mas com nomes e leituras diferentes de cada lado.
À saída, de costas para a fortaleza, Costa foi pragmático e falou do futuro e do essencial desta visita. “Está visita conjuga-se com a visita do presidente João Lourenço a Portugal. Vamos assinar o acordo estratégico de cooperação para os próximos anos e vamos dar um sinal de confiança para o aprofundamento das nossas relações”, disse.
“Angola está numa fase de diversificação das actividades económicas e creio que isso é útil para as empresas portuguesas e útil para Angola”, acrescentou António Costa para quem existe agora uma relação de grande proximidade que assenta nas relações pessoais que foram estabelecendo e que “encurtam as distâncias”.
O primeiro-ministro salientou o acordo para o fim da dupla tributação, o novo acordo aéreo e as evoluções sobre pagamento de dívidas a empresas portuguesas como “passos muito importantes para reforçar esta cooperação”. E, já de saída, perante a insistente pergunta de uma jornalista da TPA sobre como está a ver a mudança política em Angola, o primeiro-ministro respondeu com uma só palavra: “auspiciosa”.