O Presidente russo Vladimir Putin assegura que os mísseis de longo alcance entregues pelos Estados Unidos à Ucrânia apenas vão "prolongar a agonia" deste país, e com Kiev a considerar que podem contribuir para acelerar a sua estagnada contraofensiva.
Na terça-feira, Washington anunciou ter fornecido ao Exército ucraniano, e no maior segredo, mísseis ATACMS (Army Tactical Missile System) com um alcance de 165 quilómetros, para que possa atingir as bases recuadas russas.
O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky anunciou posteriormente a utilização "com sucesso" dessas armas, e pela primeira vez. Em paralelo, as suas forças especiais reivindicavam no mesmo dia ataques contra aeródromos russos em território ocupado.
Em resposta, Putin considerou que o envio destes mísseis, que Kiev pedia há vários meses, não vai alterar o curso da guerra, reivindicando de novo que os militares ucranianos registaram pesadas baixas na sua contraofensiva sobre as defesas russas.
"O fundamental é que [os mísseis ATACMS] não vão alterar radicalmente a situação na linha de contacto, é impossível", afirmou o Presidente russo no decurso de uma conferência de imprensa em Pequim, na reta final da sua visita à China.
"Para a Ucrânia não representa nada de bom. A agonia será prolongada", acrescentou, ao considerar que Washington cometeu "um grave erro".
Na sua perspetiva, o fornecimento dos ATACMS à Ucrânia demonstra "que os Estados Unidos estão cada vez mais envolvidos neste conflito".