Veja no mapa os locais por onde o Papa Francisco vai passar durante a visita à Polónia.
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Ainda não está fechado, nem foi confirmado pelo Vaticano, mas já começaram a ser desvendados alguns detalhes do programa da visita do Papa Francisco à Polónia. E já todos contam com improvisos do Papa.
Francisco chega a Cracóvia a 27 de Julho, a pretexto da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). No mesmo dia, será recebido pelas autoridades da Polónia no Castelo de Wawel, um marco da cidade de Cracóvia, na margem do rio Vístula.
Ao final da tarde, é expectável que se dirija à janela do Palácio dos Arcebispos para falar aos jovens. Trata-se da famosa janela onde João Paulo II, o Papa polaco, aparecia e conversava com os seus concidadãos. Será uma conversa informal e, muito provavelmente, não constará do programa oficial do Vaticano, mas o próprio arcebispo de Cracóvia, o cardeal Stanislaw Dziwisz admitiu aos jornalistas que espera que o Papa faça dessas conversas uma espécie de “ritual” de final de tarde, em todos os dias da JMJ.
“Os diálogos de João Paulo II com os jovens foram muito bonitos e acho que os jovens estão muito interessados no que este Papa tem para dizer”, afirma o cardeal.
Francisco vai ficar hospedado num edifício contíguo ao Palácio dos Arcebispos. “São acomodações muito modestas”, escreve o cardeal Dziwisz, realçando que é o mesmo quarto onde João Paulo II e Bento XVI ficaram alojados quando visitaram Cracóvia.
Na quinta-feira, dia 28, ainda fora do programa da JMJ, Francisco visita o Santuário de Czestochowa. O Papa chega de helicóptero e tem um primeiro momento de oração na capela, junto à imagem da Virgem Negra de Czestochowa, a padroeira da Polónia. Segue-se uma missa campal, onde são esperadas centenas de milhares de pessoas, sobretudo polacos, que têm aqui a oportunidade de ver o Papa fora do contexto da JMJ.
Ao final da tarde de quinta-feira, acontece o primeiro momento oficial de Francisco com jovens. A cerimónia de boas-vindas começa às 17h30, no parque Blonia.
O dia em que o Papa anda de eléctrico
Sexta-feira é um dos dias mais preenchidos na agenda (ainda provisória) do Papa. Fonte do Palácio dos Arcebispos adianta que Francisco começa o dia com a celebração de uma missa numa pequena capela dentro do recinto do Palácio, a mesma onde João Paulo II foi ordenado padre a 1 de Novembro de 1946.
À semelhança dos seus dois antecessores, Francisco vai visitar os campos de concentração de Auschwitz e Birkenau. Uma visita carregada de simbolismo, a começar pela data escolhida: 29 de Julho foi o dia em que o padre polaco Maximiliano Kolbe se voluntariou para morrer no lugar de um prisioneiro pai de família, como castigo pela fuga de um outro recluso.
Maximiliano foi considerado mártir e canonizado pelo seu compatriota, o Papa João Paulo II. É expectável que, tal como João Paulo II e Bento XVI, Francisco visite a cela do padre Maximiliano. Neste dia, Auschwitz estará fechado ao público.
Voltando ao programa da Jornada Mundial da Juventude, sexta-feira é, tradicionalmente, o dia em que se realiza a Via Sacra. A cruz da JMJ é geralmente carregada em procissão, mostrando a dimensão penitencial da jornada. A cerimónia é presidida pelo Papa, que vai chegar ao parque Blonia de eléctrico, um dos meios de transporte mais comuns em Cracóvia. A viagem será feita com crianças e pessoas com deficiência.
No sábado, Francisco dedica a manhã à temática da JMJ: a misericórdia. Começa com a visita ao Santuário da Divina Misericórdia, onde vai confessar cinco jovens. Francisco vai também visitar a capela da Irmã Faustina e o Santuário S. João Paulo II, ambos patronos desta Jornada Mundial da Juventude. Neste dia, o Papa almoça com 12 peregrinos, de diferentes países.
No Campo da Misericórdia, o Papa “vai andar por todo o lado”
Durante o dia de sábado, os peregrinos deixam o parque Blonia rumo ao Campo da Misericórdia (ou Campus Misericordiae). Trata-se de um descampado de 200 hectares a 12 km do centro de Cracóvia. É aqui que Francisco vai celebrar a vigília, no sábado à noite, e a missa de envio, no domingo de manhã. Geralmente, milhares de peregrinos ficam a pernoitar no local, para garantir lugar para a missa de domingo.
Quando os responsáveis pela organização do campo questionaram o Vaticano sobre qual seria o percurso do Papa dentro do Campo da Misericórdia até chegar ao altar, a resposta foi: “Ele vai andar por todo o lado”.
A escolha deste local para a realização das duas últimas cerimónias não foi consensual, por ficar mais afastado da cidade, mas a organização justifica a opção com o facto de ser o único local com capacidade para que 1,5 milhões de peregrinos possam pernoitar. Em pé, neste espaço, cabem mais de 3 milhões de peregrinos.
O Campo estará equipado com internet sem fios e dezenas de ecrãs para que todos possam ver as celebrações.O altar será colocado sobre uma estrutura de 11 metros de altura, 150 de largura, de modo a que seja visível – dizem os organizadores – de qualquer ponto do campo.
A missa de domingo contará com a presente do Presidente da República e da primeira-ministra da Polónia, bem como 1.200 bispos e 15 mil padres.
No programa do Papa está ainda a visita a um hospital pediátrico, nos arredores de Cracóvia, mas falta a confirmação do dia. Esta será a primeira vez que Francisco visita a Polónia.