O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, manifestou, este domingo, a esperança de manter "relações estreitas" com o primeiro-ministro britânico que, na terça-feira, substituirá Boris Johnson.
Em declarações ao jornal britânico "The Sunday Times", Zelensky disse que seria uma prioridade endereçar um convite ao próximo primeiro-ministro britânico - Liz Truss ou Rishi Sunak - e admitiu que ficou preocupado quando soube que Johnson ia renunciar.
"Quando soubemos que haveria uma mudança de governo, todos ficamos preocupados", admitiu, comentando a renúncia anunciada por Johnson em julho passado, mas que apenas se torna efetiva na terça-feira.
Da mesma forma, num artigo publicado no "Mail on Sunday", Zelensky destacou o apoio de Johnson e da sua liderança, comentando: "O líder é aquele que comunica. O líder é aquele que faz a mediação entre um país e o seu povo, e um líder tem um impacto na sociedade."
Em relação ao próximo líder "tory" e chefe do Governo britânico, o presidente ucraniano disse confiar que a relação bilateral "esteja ao mesmo nível" da que manteve com Boris Johnson.
"Em todas e cada uma das reuniões e conversas que mantivemos, Boris fazia uma pergunta muito boa: O que mais? Do que mais precisas?", recordou Zelensky.
"Sei que não foi fácil para Boris Johnson, pois teve de lidar com muitos desafios internos. Priorizar o apoio à Ucrânia exigiu muita coragem e determinação", acrescentou.
Em resposta a estes elogios, Johnson agradeceu a Zelensky, no Twitter, pelas "palavras gentis" e enfatizou que "o apoio do Reino Unido à Ucrânia e ao seu povo é inabalável".
De igual forma, Zelensky destacou a solidariedade do Reino Unido para com o seu país e descreveu a ministra das Relações Exteriores, Liz Truss, e o ministro da Defesa, Ben Wallace, como "amigos da Ucrânia".
Johnson anunciou a renúncia em julho após vários membros do seu governo terem renunciado, em protesto contra a sua gestão e os escândalos que marcaram a sua liderança, nomeadamente as festas em Downing Street durante a pandemia.
O novo líder conservador será anunciado na segunda-feira, antes de, na terça-feira, ter uma audiência com a rainha Isabel II, chefe de Estado, no Castelo de Balmoral, na Escócia.