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A comunidade islâmica de Lisboa vai assinalar o fim do Ramadão ficando em casa, estando apenas previsto que a mesquita central possa realizar “algumas preces e palestras virtuais”, adiantou o xeque Munir.
“Vai ser só em casa”, disse à Lusa o líder da comunidade islâmica de Lisboa, xeque David Munir, referindo que as habituais orações na mesquita este ano não se realizam, devido aos constrangimentos provocados pela pandemia da covid-19, que encerraram espaços de culto cuja reabertura só está autorizada para o último fim de semana de maio.
O fim do Ramadão, e a quebra de jejum que o assinala, celebra-se ao pôr-do-sol de 23 de maio, sábado, e a grande oração de celebração devia realizar-se no domingo na mesquita.
Há a possibilidade de este ano se realizarem orações e palestras virtuais, mas David Munir sublinhou que a data já é habitualmente para ficar em casa e celebrar com a família. Visitar outros familiares também não é aconselhado este ano, acrescentou.
A reabertura das mesquitas ao culto e questões como quantas pessoas podem participar nas celebrações e estar em simultâneo nos espaços vão ser discutidas no dia 27 de maio “numa reunião inter-mesquitas”, tendo também em conta as orientações da Direção-Geral da Saúde.
Fim do Ramadão em confinamento um pouco por todo o mundo
O Iraque decretou um recolher obrigatório de 24 horas durante os dias em que se celebrar o Eid al Fitr, a festa de quebra de jejum que assinala o fim do mês do Ramadão na comunidade muçulmana. O objetivo é evitar tradicionais reuniões e viagens que agravem o risco de contágio pelo novo coronavírus, adiantou a EFE.
O Conselho de Ministros iraquiano anunciou que o recolher obrigatório vai vigorar entre domingo e quinta-feira, com os iraquianos a poderem sair à rua apenas para o estritamente necessário, nem podem realizar a oração coletiva do Aid al Fitr, o momento simbólico do fim do Ramadão.
No país já tinha vigorado um recolher obrigatório de 24 horas no início da crise sanitária, mas tinha reduzido a sua duração no mês de jejum, tendo-se registado um aumento do número de contágios.
Na Arábia Saudita também será celebrado o fim do Ramadão em confinamento, com um recolher obrigatório imposto entre 23 e 27 de maio.
O reino da Arábia Saudita é o país do Médio Oriente que regista o maior número de casos de covid-19, com quase 60 mil infetados e mais de 300 mortos.
Também no Sudão e no Koweit se vai manter o recolher obrigatório de 24 horas para evitar riscos de contágio.
Já no Egito o recolher entre em vigor às 17:00 locais, permitindo aos cidadãos sair de casa durante o dia, ainda que todos os espaços públicos e locais de lazer permaneçam encerrados.
As autoridades do país proibiram viagens para visitar familiares entre províncias e suspenderam os serviços de transportes públicos entre domingo 24 de maio, e sexta-feira, 29 de maio.
Também foi proibida a oração coletiva do primeiro dia do Eid al Fitr, que será transmitida na televisão e na rádio para que os fiéis possam acompanhá-la a partir de suas casas, algo que foi aprovado por Al Azhar, a instituição de referência do islão sunita com sede no Cairo.
O Egito registou um aumento de casos de covid-19 e na terça-feira anunciou 720 novos contágios, a maior subida diária até agora.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou quase 330 mil mortos e infetou mais de 5,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de 1,9 milhões de doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 1.289 pessoas das 30.200 confirmadas como infetadas, e há 7.590 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou a ser o que tem mais casos confirmados (mais de 2,3 milhões contra perto de dois milhões no continente europeu), embora com menos mortes (mais de 136 mil contra mais de 171 mil).
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial, num “grande confinamento” que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.