A Galeria Quadrum “é muito significativa no desenvolvimento da Arte Contemporânea portuguesa” começa por explicar Sara Matos, a diretora das Galerias Municipais de Lisboa. Numa altura em que se assinalam os 50 anos deste espaço cultural, situado nos Coruchéus, é inaugurada uma exposição que celebra a vida da Quadrum.
“Quadrum 50 anos, uma fogueira cultural” é uma mostra que tem a curadoria de Paulo Mendes e pretende homenagear o legado desta galeria lisboeta. Lugar fervilhante da cena artística, a Quadrum foi o epicentro de algum “experimentalismo no contexto artístico português”, lê-se no comunicado.
Pela galeria passaram “artistas seminais para o meio das artes plásticas”. Muitos dos nomes ganharam dimensão com o passar do tempo. À Renascença, Sara Matos fala em “nomes incontornáveis” e dá como exemplo artistas como “Ana Hatherly, João Vieira, na poesia visual, Melo e Castro, Salette Tavares, ou com instalações muito inovadoras, a Ana Vieira, Alberto Carneiro, José Barria, Irene Buarque e nas novas pesquisas em pintura, o Noronha da Costa, o Álvaro Lapa, Jorge Pinheiro, Ângelo de Sousa”
É um “rol de artistas que teve um reconhecimento posterior muito significativo”, indica a responsável que acrescenta que “alguns deles vão estar representados com obras históricas aqui nesta exposição” que assinala os 50 anos.
“Esta exposição integra obras históricas de António Olaio, Ernesto de Sousa, Alberto Carneiro, João Vieira, Jorge Molder, Julião Sarmento, Miguel Palma, Cristina Mateus, Paulo Mendes, Fernando Brito, Alexandra do Carmo, Ana Hatherly, Miguel Leal, Salette Tavares, E. M. de Melo e Castro, além de documentação, em papel e em registo vídeo, recolhida no espólio documental da Galeria e noutros espólios documentais”.
Inaugurada em 1973 por Dulce d’Agro, a Quadrum abriu portas a 22 de novembro com a exposição coletiva “Artistas Modernos Portugueses”. Portugal vivia ainda em ditadura. Nos meses que antecederam o 25 de Abril de 1974, a galeria apresentou apenas duas exposições.
Agora 50 anos depois, “Quadrum 50 anos, uma fogueira cultural” é inaugura este sábado, 16 de setembro, pelas 21h com performances dos artistas António Olaio e António Poppe. A mostra que tem entrada gratuita vai ficar patente 21 de janeiro do próximo ano.
As performances são feitas “a partir de textos do arquivo expositivo da Quadrum”, diz o comunicado que indica que foram pensadas pelo curador Paulo Mendes como “um momento singular de celebração para a comunidade artística, mas também para o público em geral”. A entrada é gratuita.