A ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou esta sexta-feira, em Odemira, que “pode haver um risco, absolutamente raro, na toma da vacina” da AstraZeneca em pessoas abaixo dos 60 anos, motivo pelo qual foi suspensa a inoculação neste grupo etário.
No entanto, a ministra considera que a vacinação continua a ser a melhor resposta no combate à pandemia, considerando que os benefícios são maiores do que os riscos.
Portugal optou por não suspender totalmente a administração da vacina da AstraZeneca, medida que Marta Temido justifica, afirmando que “não utilizar a vacina significa deixar de vacinar mais de dois milhões de pessoas acima dos 60”, grupo que, se contrair Covid-19, “tem mais probabilidade de ter doença grave e efeito fatal”.
“É preciso ter esta ponderação em mente. A opção pela toma da vacina é a melhor opção”, afirmou Marta Temido, à margem da visita a Odemira, para acompanhar o processo de testagem à Covid-19 de trabalhadores agrícolas.
A ministra da Saúde lembrou ainda que os países aguardam a “avaliação geral” da Agência Europeia do Medicamento (EMA) “sobre os riscos efetivos que permitam afinar este critério de exclusão para a vacinação”.
A Organização Mundial da Saúde já disse que não pode fazer uma recomendação sobre a mudança do tipo de vacina contra a Covid-19 entre as doses, tal como pretende a França.
As autoridades de Saúde francesas defendem que as pessoas com menos de 55 anos que já receberam a primeira dose da vacina da AstraZeneca devem receber uma segunda dose de uma outra vacina, por exemplo da Pfizer ou da Moderna.
Marta Temido afirma que competirá aos peritos da comissão nacional de vacinação e da comissão técnica de vacinação contra a Covid-19 “determinar os próximos passos a tomar, sempre com base nas novas evidências e de acordo com os dados internacionais”.