O presidente da Associação Sócio-Profissional da Policia (ASPP/PSP), Paulo Rodrigues, desconhece "totalmente" a presença da extrema-direita nas polícias.
"Não tenho conhecimento algum de que haja uma situação ou várias situações que, de alguma forma, se possa dizer que há uma extrema-direita na Polícia de Segurança Pública. Desconheço totalmente", diz à Renascença Paulo Rodrigues.
A presença da extrema-direita entre as forças policiais faz parte das preocupações assumidas, em entrevista à Renascença e jornal “Público", pela responsável máxima da Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI), Margarida Blasco.
"O trabalho da
IGAI é tentar perceber se há, eventualmente,
dentro da PSP situações que possam ser ilícitas. Da nossa parte, é
evidente que não conhecemos nem temos ideia nenhuma de que haja situações de uma extrema-direita ou de uma extrema-esquerda", insiste o dirigente da ASPP/PSP.
Nesta altura, há 18 agentes da PSP acusados de tratamentos desumanos na esquadra Cova da Moura, mas Paulo Rodrigues, admitindo que possam ocorrer excessos no uso da força física, afirma não ter conhecimento de casos de polícias racistas ou xenófobos e considera que há "exagero" nessas leituras.
"À volta de todas estas situações, não só a da Cova da Moura, mas noutras também, acho que há um exagero naquilo que é a perceção sobre essa situação. Uma coisa é podermos estar a analisar se houve uma adequação da utilização da força física, outra coisa é estarmos a analisar se a intervenção teve a ver com situações de racismo e xenofobia, o que não me parece que aconteça", declara.
"Não tenho conhecimento concreto de polícias que sejam racistas ou sejam xenófobos. O que não quer dizer que não haja uma situação. É evidente que a PSP é um reflexo da sociedade. Por isso, não posso dizer que não haja nenhum", remata.