Paróquia lança apelo à ajuda e lembra que “a despensa da Porta Solidária vive das ofertas generosas dos que partilham o seu pão”. Em nota enviada à Renascença, os responsáveis admitem que “neste mês de maio está já em grave deficit, escasseando os produtos básicos para a confeção diária das refeições”. A instituição expressa “grande preocupação, pelo receio de não poder continuar a acudir aos pobres”, e lança, por isso “o pedido de socorro dos nossos irmãos para que, juntos, possamos construir uma cidade com um futuro sustentável e de rosto verdadeiramente humano”. “Pela ajuda que for possível fazer-nos chegar, desde já exprimimos a nossa gratidão!”, acrescenta a nota.
No texto, a Paroquia lembra que a “Porta Solidária é um serviço de Caridade, da Paróquia Senhora da Conceição no Porto, que, desde 2009, acolhe e socorre, em situações de emergência alimentar, a população carenciada da cidade do Porto”. E revela que, nesta altura está “a servir, em média diária, 450 refeições”, que envolvem “os utentes mais habituais” e também “gente recém-chegada à cidade e que se encontra em condições de vida alarmantes”.
“As pessoas que acorrem à Porta Solidária em cada dia são, de certa forma, como o negativo fotográfico de uma cidade que se desenvolve, enriquece e se projeta internacionalmente como destino turístico cada vez mais procurado e apreciado: uma população multirracial e multilingue, na sua diversidade cultural e perfil religioso, mas constituída pelos descartados, pelos mal integrados, pelos idosos já considerados sem préstimo, pelos imigrantes que chegaram iludidos pelo brilho de uma cidade onde pensavam encontrar um futuro mas onde nem um teto conseguem arranjar para si e para as famílias”, pode ler-se na nota enviada à Renascença.
Os responsáveis aludem ainda ao Porto como “uma cidade pujante de hotelaria”, mas onde “há muitos a dormir ao relento ou a pagar 400€ por um lugar em beliche numa casa sobrelotada”. “Temos lojas de marcas de luxo, mas muitos não tem como comprar o mais básico para vestir; temos excelentes propostas gastronómicas, mas muitos, ao final do dia, recorrem à solidariedade para comer a sua 1ª refeição; Temos boas ofertas culturais, mas muitos têm que pensar no básico para sobreviver e não podem sequer pagar o acesso aos cuidados de saúde”, conclui o documento.