“Testaram negativo à Covid-19” todos os membros do Governo que foram testados domingo à noite pelo Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA).
A confirmação surge através de uma nota do Gabinete de António Costa enviada à redação.
Durante esta manhã, mais membros do Executivo vão realizar exames de diagnóstico. Em causa estão o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e o Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes. Segundo, o comunicado oficial vão manter-se “isolados até conhecerem os resultados”.
“Por determinação da DGS ficarão em confinamento, apesar de testarem negativo, o Ministro do Planeamento e a Ministra do Trabalho Solidariedade e Segurança Social que ladeiam o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, na reunião do Conselho de Ministros”, acrescenta o texto.
Na noite de domingo a Renascença avançou que o ministro Manuel Heitor estava positivo ao novo coronavírus. Trata-se do primeiro caso de um membro do executivo português infetado.
Entretanto, a Renascença também sabe que o Presidente da República volta a fazer teste à Covid-19 esta segunda-feira. Marcelo Rebelo de Sousa este com Manuel Heitor há uma semana e, já depois disso, foi testado duas vezes, nos dias 6 e 7. Mas já tinha decidido voltar a fazer teste esta segunda-feira, devido às decolações previstas para esta semana, sobretudo a ida a Bruges, na Bélgica, onde vai, na terça-feira, dar a aula inaugural do ano académico 2020-2021 do Colégio da Europa.
Ainda no sabádo, Manuel Heitor esteve presente na sessão de apresentação da “Coleção Ciência & Conhecimento”, na Livraria Artes & Letras, em Óbidos.
Reunião de baixo risco
O vice-presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública, Gustavo Tato Borges, considera que as medidas de isolamento aplicado ao elenco governativo foi o acertado, tendo em conta as características da reunião que juntou o Governo.
"Estamos a falar de uma sala de reuniões onde estiveram todos sentados e afastados de uma forma consistente uns dos outros, mais do que um metro e meio, dois metros, com utilização de equipamento de proteção individual, pelo que o risco dentro da reunião, apesar de ter durado 11 horas, é algo em princípio, mais diminuído, porque não houve movimentação, não houve contactos próximos, não houve ajuntamentos de pessoas à volta de um determinado objeto e, assim sendo, não é necessário colocar todas a gente em isolamento, apenas as pessoas mais próximas", descreve o especialista.
Gustavo Tato Borges refere que, como nas escolas, por exemplo, os casos têm de ser vistos um a um.
"Tudo tem a ver com as características do caso, com as medidas de proteção individual que são utilizadas e o plano de contingência que foi aplicado ou que não foi aplicado. Por isso é que em algumas situações podemos ter um número alargado de contactos em isolamento e noutras situações, como é este o caso, apenas duas pessoas ficaram em isolamento", acrescenta.
Segundo o último boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), desde o início da pandemia, em março, Portugal já registou 2.080 mortes e 86.664 casos de infeção, estando hoje ativos 31.397 casos, mais 693 do que no sábado.