A dificuldade em contratar compromete a execução dos fundos europeus nas florestas e é um dos motivos apontados pelo secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território para os atrasos na reflorestação do Pinhal de Leiria, devastada pelos incêndios de 2017.
Em declarações à Renascença, João Catarino explica que parte do trabalho de plantação “sofreu atrasos, por falta de mão de obra, embora as empresas que tinham contratualizado este serviço, há um ano e meio, acabaram por nos reportar e alguns até foram penalizados por não terem conseguido cumprir os prazos previstos para a plantação, porque não conseguiram contratar mão de obra”.
Ainda assim, o governante acredita que o país não irá perder estas verbas e que “a União Europeia terá a sensibilidade para perceber que não conseguíamos fazer mais. Acho que haverá sempre bom senso nas tomadas de decisão e se tiver de ser, no limite, a prorrogação de alguns destes prazos.”
Mais de quatro anos depois dos incêndios de junho e de outubro de 2017, mais de metade das árvores estão ainda por plantar no pinhal de Leiria.
O secretário de Estado não quantifica as árvores, entretanto, plantadas na zona afetada pelos incêndios de outubro de 2017, mas garante apenas que quase metade da área já está intervencionada.
O Governo prevê gastar 10 milhões de euros no processo de recuperação do Pinhal de Leiria até 2025. Parte deste investimento está já executado, o restante está prestes a ser contratualizado.
Esta quarta-feira vai ser colocado em discussão pública o Plano de Gestão do Pinhal Nacional de Leiria para as próximas décadas.
O atual plano é anterior aos incêndios de 2017 e já está desatualizado. João Catarino admite que gostava de ter menos pinheiros no Pinhal de Leiria, mas as condições locais limitam uma maior plantação de outras espécies.